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Reportagem

Cidade de Quelimane já foi conhecida como "pequeno Brasil"

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Até este domingo, a cidade de Quelimane, capital provincial da Zambézia festeja o carnaval. Uma festividade que ganhou visibilidade com o tempo por se aproximar do carnaval do Brasil  com o carro alegóricos, músicas, desfiles, máscaras. 

Fotografia de arquivo do carnaval de Quelimane.
Fotografia de arquivo do carnaval de Quelimane. © Dany Sacoor
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"Só o facto de, na altura, as pessoas chamarem esta cidade de pequeno Brasil já quer dizer quase tudo", explicou-nos Dany Sacoor, que nasceu em Quelimane, há 68 anos. No Brasil, "logo que termina um carnaval já estão a preparar o do ano seguinte", completa. Há sessenta anos, o carnaval de Quelimane "era muito intenso", com músicas tradicionais, as marchas.

Dany Sacoor nasceu e vive em Quelimane, no centro de Moçambique.
Dany Sacoor nasceu e vive em Quelimane, no centro de Moçambique. © RFI/Lígia Anjos

No período colonial, a festa só acontecia nos salões dos clubes e só alguns moçambicanos tinha acesso aos festejos. Só a partir da década de 90 é que o Carnaval foi transportado para as ruas e se tornou numa festa popular, como nos descreve Elsa Brita, funcionária da Câmara municipal de Quelimane.

"O carnaval de antigamente decorria em sítio fechado, as pessoas faziam parte de grupos foliões e dançavam samba de verdade. No tempo colonial, nem todos participavam, a camada baixa, que festejavam o carnaval nos bairros. Os grupos foliões eram empresas que participavam no carnaval", acrescenta.

Elsa Brita, funcionária da Câmara Municipal de Quelimane.
Elsa Brita, funcionária da Câmara Municipal de Quelimane. © RFI/Lígia Anjos

O Carnaval de Quelimane era uma atracção nacional e até chegou a ser considerado o terceiro maior carnaval do mundo, depois do Brasil e de Nice, aponta o empresário Roque Abdulai. "A cidade de Quelimane era uma atracção nacional e teve renome internacional. Tínhamos carnavais de rua, de clubes e vinham pessoas de todo o lado", recorda. 

"Na altura os adolescentes andavam atras das caravanas, juntavam-se em grupos em frente a lojas e os donos das lojas atiravam rebuçados era uma alegria. Quando era altura do carnaval, o samba e a marcha eram as músicas mais tocadas. Depois da independência de Moçambique, o carnaval transformou-se num carnaval mais popular", explica.

Empresário moçambicano, Roque Abdulai, em Quelimane.
Empresário moçambicano, Roque Abdulai, em Quelimane. © RFI/Lígia Anjos

Este ano participam 25 grupos de foliões de diferentes bairros que desde sexta –feira passada partilham o palco de samba na cidade de Quelimane, no maior evento cultural da capital da Província da Zambézia.

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