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Papa/Vaticano

Igreja é a instituição que mais lutou contra pedofilia, diz papa

O papa Francisco contestou nesta quarta-feira (5) o relatório da ONU, publicado no início de fevereiro e que criticou duramente a atuação do Vaticano nos escândalos de pedofilia. Na longa entrevista concedida ao jornal italiano Corriere della Sera, ele defendeu os esforços da Igreja contra os abusos sexuais de padres. O sumo pontífice argentino se mostrou aberto e pragmático em relação a temas polêmicos para a Igreja, como o divórcio e a contracepção.

Papa Francisco nesta quarta-feira, 5 de março de 2014, na praça São Pedro, no Vaticano.
Papa Francisco nesta quarta-feira, 5 de março de 2014, na praça São Pedro, no Vaticano. Reuters
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O papa Francisco foi combativo ao defender a ação da Igreja Católica contra os casos de pedofilia de padres. “A Igreja é talvez a única instituição pública a ter reagido com transparência e responsabilidade” a este crime, afirmou Jorge Bergoglio. Ele lembrou que essa luta contra a pedofilia começou com Bento 16 e que desde então ninguém fez tanto quanto a Igreja Católica para combater esse mal. “No entanto, nós somos os únicos atacados”, ressaltou.

Relatório da ONU sobre pedofilia na Igreja

Entre 1960 e 1990, milhares de crianças foram abusadas sexualmente por padres em vários países, em particular na Irlanda e nos Estados Unidos. A revelação desses escândalos desgastou a imagem da Igreja Católica em todo o mundo.

O relatório do Comitê de Direitos da Criança da ONU, publicado no início de fevereiro, afirmou que a Santa Sé estaria dificultando os trabalhos de investigação e colocando o interesse do clero acima do das vítimas. O documento pede que os suspeitos e criminosos religiosos sejam entregues à Justiça e que a investigação dos casos não seja feita apenas internamente.

O Vaticano criticou imediatamente o relatório considerado parcial por não ter levado em conta “os esforços iniciados há mais de dez anos” por Bento 16, como, por exemplo, os 400 padres pedófilos que foram removidos de suas funções.

Sinais de abertura no Vaticano

Na entrevista, o papa Francisco voltou a abordar vários temas polêmicos sobre a família. Sobre a aceitação da Igreja dos divorciados que se casaram novamente, ele espera que os sínodos convocados para o final de 2014 “façam uma reflexão profunda” sobre o tema. Sobre a contracepção, o sumo pontífice argumentou que “o problema não é mudar a doutrina, mas fazer com que a pastoral possa fazer o possível para ajudar as pessoas”.

O papa reafirmou que o casamento é “entre um homem e uma mulher”, mas lembrou que as uniões civis são justificadas pelos Estados laicos por motivos econômicos. Francisco é definitivamente contra a eutanásia, mas critica “a obstinação terapêutica” em pacientes em final de vida.

Papa pop

No dia 13 de março, Francisco vai completar um ano de seu pontificado. Na entrevista de hoje ao Corriere della Sera, ele se insurgiu contra a “idealização” que as pessoas têm feito dele. “Retratar o papa como um super-homem, uma espécie de popstar, me ofende. Sou uma pessoa que ri, que chora, que dorme tranquilamente e que tem amigos; uma pessoa normal”.

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