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França/Drogas

Vaticano na defensiva depois de acusações da ONU sobre pedofilia

A Igreja Católica acordou nesta quinta-feira (6) na defensiva, depois das acusações da ONU sobre pedofilia. Relatório do Comitê de Direito das Crianças das Nações Unidas publicado ontem afirma que o Vaticano adotou práticas que permitiram “a continuação dos abusos contra menores e a impunidade dos padres pedófilos”. Um cardeal citado pelo jornal italiano Repubblica disse que o documento foi um “tapa” na Igreja.

Praça de São Pedro no Vaticano.
Praça de São Pedro no Vaticano. wikipédia
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O choque provocado pelo relatório da ONU foi duro, principalmente porque desde a eleição do papa Francisco, o Vaticano parecia ter reconquistado popularidade e recuperado sua imagem desgastada com os vários escândalos ocorridos durante papado de Bento 16. O documento trouxe novamente à tona os abusos cometidos por padres no mundo inteiro durante décadas. Esses crimes foram agravados pelo silêncio da hierarquia que protegeu os culpados para preservar a reputação da Igreja.

Repercussão

“A ONU não percebeu o clima novo na Igreja desde a eleição do papa Francisco”, denuncia o jornal Repubblica. O especialista em Vaticano, Marco Politi, diz que algumas passagens do relatório parecem ter sido escritas em 2010. Os últimos anos conhecem uma mudança significativa de postura da Igreja em relação aos crimes de pedofilia. Entre 2011 e 2012, quase 400 padres acusados foram afastados da Igreja.

O Vaticano ordenou que estruturas de prevenção fossem criadas, mas nem todos países o fizeram. Politi pede que a Igreja cumpra todas as recomendações da ONU, como a abertura obrigatória de inquérito na Justiça contra os padres pedófilos. A comissão de especialistas para a proteção de menores na Igreja, cuja criação foi anunciada em dezembro, deve começar a trabalhar com urgência.

O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, prometeu uma “resposta articulada” e a divulgação, em breve, de um plano para lutar contra a pedofilia.

Aborto

O relatório da ONU também recomendou que a Igreja tenha uma política mais flexível em relação ao aborto e ao casamento gay. Essas recomendações foram consideradas uma “ingerência” e até um “processo ideológico” por alguns líderes religiosos. Eles lembram que para o Vaticano “a defesa da vida” continua sendo um valor não negociável.
 

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