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França

Air France-KLM tem patrão canadiano

O canadiano Benjamin Smith, até agora N°2 da Air Canadá, foi hoje nomeado PCA da companhia aérea franco-holandesa Air France-KLM, com o apoio do governo francês, que detém 14,3% do grupo. 

Air France-KLM
Air France-KLM AFP FOTO
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O conselho de administração da Air France-KLM reuniu-se hoje e apesar da contestação dos sindicatos, nomeou para presidente do conselho de administração o canadiano Benjamin Smith, até agora responsável dos transportes aéreos e chefe de exploração da Air Canadá.

A companhia franco-holandesa, cujas acções desde janeiro perderam 35%, estava sem patrão desde a demissão a 4 de maio de Jean Marc Janaillac, na sequência de uma greve de 15 dias para reclamar 6% de aumentos - que custou 335 milhões de euros à companhia - à qual se seguiu um referendo, no qual os trabalhadores rejeitaram a sua proposta de grelha salarial.  

Ben Smith com 46 anos, tem 28 anos de experiência no meio das viagens e transporte aéreo.

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Canadiano Ben Smith novo PCA Air France-KLM

Integrou a Air Canadá em 2002, onde começou por se ocupar da classe económica Tango, em 2007 entrou para o comité executivo da quarta companhia aérea norte-americana e em 2013 lançou a sua filial low cost Air Canadá Rouge.

Ben Smith contribuiu assim para a expansão da companhia, que sob seu impulso se organizou em três "hubs" Vancover no oeste, Toronto no centro e Montréal no leste do Canadá.

Ele conseguiu impedir a falência da empresa em 2003, adoptando medidas drásticas a nível social, como a redução de 22% da massa salarial, o congelamento dos salários e o fim dos contratos por tempo indeterminado.

Em 2012 após greves e negociações lideradas por Ben Smith, o parlamento canadiano adotou uma lei especial que proíbe as greves na Air Canadá e obriga os trabalhadores a aceitarem os contratos propostos.

Após meses de novas negociações em 2014 foi finalmente alcançado um acordo qualificado "histórico" pela direcção da Air Canadá, segundo o qual durante 10 anos a companhia vai utilisar a mediação ou a arbitragem, para resolver os conflitos laborais.

Em contrapartida da obtenção de objectivos económicos precisos e calendarisados, a companhia assumiu o compromisso de aumentar os salários dos pilotos de 20% em 10 anos.

Em 2015 e 2016 foram assinados dois novos acordos por 10 anos com as outras categorias profissionais.

Este é um dos aspectos que preocupa os sindicatos da Air France/KLM, que denunciam ainda o salário de 1,3 milhões de euros anuais, mais do dobro do que ganhava o anterior, com um complemento de mais 1 milhão de euros, no caso de Ben Smith conseguir relançar economicamente a empresa.

Os sindicatos agendaram uma reunião para 27 de agosto para determinar as acções a implementar, para que seja posto fim ao bloqueio dos salários e ameaçam uma greve de 15 dias se a nova direcção recusar retomar as negociações.

9 dos 10 sindicatos da Air France/KLM denunciaram hoje ser "inconcebível" nomear pela primeira vez um "dirigente estrangeiro" para uma companhia criada há 85 anos.

Já Bruno Le Maire, ministro francês da economia, e Elisabeth Borne, a sua homóloga dos transportes, num comunicado conjunto saúdaram esta nomeação qualificando-a de uma "oportunidade" para o grupo aéreo franco-holandês.

Os dois ministros franceses sublinharam a sua "importante experiência adquirida nos últimos dezanove anos na Air Canada, com sentido de diálogo e uma grande capacidade de transformação".

A direcção da Air France emitiu também um comunicado confirmando a nomeação o mais tardar a 30 de Setembro de 2018.

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