Argentina em vésperas de eleições presidenciais renhidas
Buenos Aires – A Argentina vai a votos neste domingo para a primeira volta das eleições presidenciais numa situação económica muito difícil, com uma inflação galopante. O favorito é tido como sendo Javier Milei, da extrema direita, um populista que defende a adopção do dólar, por o peso, a moeda local, não lhe parecer oferecer condições de estabilidade.
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Foram as eleições internas de cada partido argentino a escolherem em Agosto os candidatos que vão disputar o escrutínio.
Javier Milei, candidato anti-sistema, ultra-liberal da "Liberdade avança" é o favorito das sondagens: economista, antigo cantor de rock e ex futebolista, ele promete cortes radicais na despesa pública (aparecendo frequentemente com uma motosera) e acusa a classe política de ser corrupta.
O ministro cessante da economia, Sergio Massa, da União peronista para a coligação da pátria, e Patricia Bullrich, da direita, do partido Juntos pela mudança, antiga ministra da segurança, vêm logo a seguir nas tendências dos estudos de opinião.
O jornalista Dulio Moreno, em Buenos Aires, dá-nos conta dos apoios à opção pelo dólar de Javier Milei, com o peso a perder credibilidade face à sua desvalorização incessante e respectivo impacto na pauperização da população.
Muitas pessoas estão a pensar nessa ideia porque aqui o dólar é uma moeda de referência (...) Ele representa uma ruptura total com a classe política como é conhecida aqui, na Argentina. Ele é um "outsider".
Dulio Moreno sobre a aposta no dólar
Dulio Moreno comenta os apoios que Javier Milei tem granjeado junto do eleitorado argentino numa Argentina, até agora habituada a embates entre a direita e a esquerda tradicionais, Milei que é comparado a Jair Bolsonaro, no Brasil, e a Donald Trump, nos Estados Unidos.
Muitos estão a escolher [Javier Milei] pela sua condição de "outsider"(...) Tem uma posição ultra-liberal, mas aposto que muitas das pessoas que o estão a escolher não pensam nessas propostas, com muitas a serem muito difíceis de serem levadas à realidade.
Dulio Moreno e o fenómeno Javier Milei
Dulio Morena comenta os principais temas que marcaram a campanha, em torno de questões económicas (luta contra a inflação galopante, por exemplo) ou da corrupção da classe política.
Fundamentalmente a questão económica: a questão da inflação. A inflação é muita, o gasto público do governo é muito alto, além disso a dívida da Argentina é também muito alta (...) A corrupção dos políticos foi também dos pontos mais importantes.
Dulio Moreno e os temas da campanha argentina
Dulio Morena comenta os cenários políticos em torno destas eleições argentinas que podem passar por uma segunda volta a 19 de Novembro caso nenhum candidato obtenha 45% de votos, nesta primeira volta, ou, então, 40%, com uma vantagem de mais de 10% em relação ao segundo candidato mais votado.
As principais tendências estão a falar duma possível segunda volta, principalmente entre o Javier Milei [de extrema direita] e o candiato oficialista [o ministro cessante da economia, Sergio Massa, da esquerda].
Dulio Moreno sobre cenários políticos na Argentina
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