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Japão

Japão assinala 9° aniversário da catástrofe de Fukushima

O Japão assinalou hoje o 9° aniversário do Tsunami que no dia 11 de Março de 2011 provocou a catástrofe da central nuclear de Fukushima. Este ano, a homenagem foi sóbria, o risco de alastramento do coronavírus tendo levado a autoridades a optar pelo cancelamento de vários eventos nomeadamente a cerimónia nacional que todos os anos, desde 2012, é organizada em Tóquio.

Polícias assinalam o 9° aniversário da tragédia de Fukushima, neste 11 de Março de 2020 em Namie, perto de Fukushima, no Japão.
Polícias assinalam o 9° aniversário da tragédia de Fukushima, neste 11 de Março de 2020 em Namie, perto de Fukushima, no Japão. REUTERS - ATHIT PERAWONGMETHA
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Apesar de este ano a homenagem ter sido reduzida à sua mais simples expressão, foi observado um minuto de silêncio e os familiares das 18.500 vítimas da catástrofe no nordeste do Japão partilharam momentos de recolhimento.

Não obstante as promessas reiteradas ainda hoje pelo primeiro-ministro Shinzo Abe de prosseguir a reconstrução das regiões afectadas, 9 anos depois, a zona de Fukushima continua sinistrada. Na altura do acidente da central nuclear daquela localidade, 160 mil pessoas foram obrigadas a fugir perante o perigo das radiações. Hoje "mais de 40 mil residentes ainda não conseguiram regressar às suas casas" recordou em comunicado Masao Uchibori, governador de Fukushima, ao apelar a população japonesa a manter o seu apoio aos sinistrados.

Apesar do desmantelamento completo da central não ser equacionável antes de 4 décadas, o Estado japonês espera colocar o acento sobre os esforços de reconstrução efectuados até agora, durante os Jogos Olímpicos de Tóquio dentro de alguns meses. Este processo contudo está longe de estar isento de dificuldades, designadamente no que tange à gestão dos resíduos tóxicos.

Com um orçamento de 13 mil milhões de euros, o Japão está actualmente a construir um aterro para armazenar na aldeia de Okuma, perto da central, os cerca 14 milhões de metros cúbicos de lixo radioactivo que até agora permanecem dispersos por vários pontos da zona de Fukushima.

Resta contudo o milhão de toneladas de águas contaminadas que estão armazenadas em enormes cisternas na central. Estas águas radioactivas provenientes do sistema de arrefecimento da central têm estado a ser filtradas. Porém não tem sido possível tirar por completo todos os elementos tóxicos dessas águas, já que elas continuam a conter trítio, uma substância radioactiva.

Isto não impede a Agência Internacional da Energia Atómica de apoiar o governo no seu projecto de rejeitar esta água no Oceano Pacífico, argumentando que os prejuízos seriam mínimos. Todavia, esta não é posição da vizinha Coreia do Sul que ao questionar a inocuidade desta opção, receia também as suas possíveis consequências designadamente para os pescadores da região.

 

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