ONU pede investigação internacional sobre valas comuns na Faixa de Gaza

As Nações Unidas pedem uma investigação internacional sobre as valas comuns descobertas nos dois principais hospitais da Faixa de Gaza. O Alto-Comissário da ONU para os Direitos Humanos mostrou-se chocado com a destruição e sublinha a necessidade de uma investigação independente face ao atual "clima de impunidade".

ONU pede investigação internacional sobre valas comuns na Faixa de Gaza. REUTERS - Dawoud Abu Alkas

Em comunicado, o Alto-Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, afirmou estar "chocado" com a destruição do maior hospital de Gaza, o al-Chifa, e do segundo maior estabelecimento hospitalar do território palestiniano, o complexo médico Nasser de Khan Younès, "e com a descoberta de valas comuns perto destes locais".

Volker Türk pediu a realização de "investigações independentes, eficazes e transparentes", acrescentando que face ao “clima de impunidade que prevalece, investigadores internacionais devem ser envolvidos no processo.” O Alto-Comissário da ONU lembra que "os hospitais têm direito a uma protecção especial ao abrigo do direito humanitário internacional" e que “matar intencionalmente civis, detidos e outras pessoas consideradas 'fora de combate' é um crime de guerra".

O exército israelita já reagiu e diz que a afirmação de que "teriam enterrado corpos palestinianos é infundada".

Um responsável da Defesa Civil da Faixa de Gaza afirmou que tinham encontrado desde sábado os corpos de cerca de 340 pessoas em valas comuns no terreno do hospital Nasser.

Quanto ao hospital al-Chifa, a Organização Mundial de Saúde (OMS) tinha indicado no início de Abril que tinha sido reduzido a uma "carcaça" coberta de cadáveres.

Os hospitais na Faixa de Gaza foram amplamente atingidos pela operação militar israelita no terreno. Telavive acusa o movimento islamista palestiniano de usar as instalações hospitalares para lançar ataques, esconder túneis e armas. O Hamas refuta as acusações.

Segundo responsáveis em Gaza, foram encontrados 283 corpos no hospital Nasser, um número que o Alto-Comissariado da ONU está a tentar verificar.