Tribunal de Paris mantém detenção provisória a ruandês que financiou genocídio no Ruanda
A justiça francesa decidiu hoje manter detido o ruandês, Félicien Kabuga, suspeito de ter sido o principal financiador do genocídio no Ruanda. O tribunal volta a examinar o caso a 3 de Junho.
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O Tribunal de Relação de Paris recusou hoje pôr em liberdade o ruandês, Félicien Kabuga, acusado de ser o "financiador" do genocídio no Ruanda.
Os advogados de Kabuga, que tem 80 anos e preso em França desde 16 de maio, depois de vários anos a monte, sustentaram o seu pedido de soltura, na sua idade e devido ao seu estado frágil de saúde.
A sua defesa queria que ele ficasse sob controlo judiciário e sob TIR, termo de identidade e residência.
Mas a justiça francesa rejeitou estes argumentos dando razão à procuradoria acusadora que temia uma nova fuga de Kabuga e um "distúrbio excepcional e persistente à ordem pública", caso fosse posto em liberdade.
É a segunda vez que Kabuga comparecia em público desde que foi preso em Asnières-sur-Seine, região oeste parisiense, onde vivia escondido com apoio da família.
Para fundamentar o seu pedido, um dos advogados deu exemplos de franceses célebres que cometeram crimes contra a humanidade como o alto funcionário francês, Maurice Papon, que nunca esteve em detenção provisória.
Ministério público teme que soltando Kabuga ele volte a fugir
Mas a acusadora geral, Clarisse Taron, respondeu que tendo em conta a história de Kabuga não acredita que ele possa ficar à disposição da justiça recuperando a sua liberdade.
O resto da audiência foi consagrado à analise da validade do mandado de captura emitido pelo mecanismo dos tribunais penais internacionais, estrutura encarregada de terminar os trabalhos do ex-Tribunal penal internacional para o Ruanda e a eventual entrega de Kabuga à sede em Arusha, na Tanzânia ou na sua representação em Haia, na Holanda.
O Tribunal de Paris apresenta a sua decisão no dia 3 de junho.
Caso Félicien Kabuga
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