Faleceu Mory Kanté griot eléctrico e ex-îcone da Sono Mondiale 22 05 2020
A semelhança de Manu Dibango, Fela Kuti, Myram Makeba, Salif Keita e Hugh Masekela, Mory Kanté faz parte dos artistas que mais contribuíram para a evolução e o reconhecimento da música popular africana contemporânea. Ele faleceu na sexta-feira em Conacri com 70 anos.
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Kanté, que faleceu na sexta-feira, dia 22 de Maio de 2020, com 70 anos de idade, num hospital de Conacri, capital da Guiné-Conacri, foi na década de 80 do século XX um das figuras essenciais da “ sono mondiale” (World Music), movimento emergido em Paris, que transformou a percepção cultural da música africana na Europa e no resto do mundo.
Guitarrista, korista e cantor, Mory Kanté foi sobretudo conhecido pelo Mega hit internacional intitulado “ YéKé Yéké” incluído originalmente no álbum “ Mory Kanté à Paris”, publicado em 1980.
Insatisfeito com a primeira versão, o músico conacri-guineense voltou a gravar “Yéké Yéké” em 1987.
A composição será incluída no álbum “Akwaba Beach”. Publicada em formato single, “Yéké Yéké”, entra nos charts internacionais em Julho de 1988 e torna-se posteriormente um sucesso mundial, ao ser número um, primeiramente nos tops europeus.
Nascido em Albadaria, no sul da Guiné-Conacri em 24 de Fevereiro de 1950, no seio de uma família musical de griots, Mory Kanté, iniciou a sua carreira profissional em 1971, ao integrar aos 21 anos, como guitarrista, a lendária Rail Band de Bamako, da qual fazia parte também o não menos lendário Salif Keita.
Em 1973, quando Keita abandona a orquestra de Bamako, Kante substitui o maliano como vocalista da orquestra do famoso Buffet da estação ferroviária da capital do Mali.
“Courougnegne “ foi o seu primeiro álbum como solista, publicado em 1981 pela gravadora americana Ebony.
Em 1984, Mory Kanté decide vir residir para Paris, com a perspectiva de encetar uma carreira dora do continente africano, onde ele já tinha adquirido um renome.
Para alem de “Akwaba Beach”, destaca-se na sua discografia “10 Cola Nuts” e “Touma” álbuns publicados respectivamente em 1986 e 1990.
Em “Touma”, gravado em Bruxelas, Mory Kante colaborou nomeadamente com os guitarristas chicano-americano, Carlos Santana e sul-africano Ray Phiri.
O seu último álbum, editado em 2017, intitula-se “N’diarabi”.
Exímio guitarrista, brilhante tocador de kora e cantor com uma voz excepcional, Mory Kanté era também herdeiro de uma rica tradição musical mandingue, a qual ele acrescentou um toque de sofisticação.
Morte do músico Mory Kanté
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