Washington exige do Ruanda que leve à justiça autores de ataque na RDC
Os Estados Unidos tornaram ontem a acusar o Ruanda de estar por detrás do ataque na sexta-feira contra um campo de deslocados em Goma, no Norte-Kivu, no leste da RDC, que custou a vida de pelo menos nove pessoas. Neste sentido Washington exigiu que Kigali leve os responsáveis do sucedido ao tribunal.
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Na passada sexta-feira um ataque contra um campo de deslocados de Goma, no Norte-Kivu, no leste da RDC, resultou em pelo menos nove mortos e dezenas de feridos, fontes locais tendo chegado a avançar um balanço mais pesado de 14 a 17 mortos.
Pouco depois deste ataque, tanto o governo congolês, mas também os Estados Unidos e a SADC, que enviou uma força para a região, expressaram a sua condenação mas apontaram igualmente o dedo aos rebeldes do M23, apoiados pelo Ruanda. Washington chegou mesmo a colocar directamente em causa as forças armadas do Ruanda. Uma acusação logo desmentida e qualificada de "ridícula" por Kigali durante o fim-de-semana.
Esse desmentido, contudo, não convenceu os Estados Unidos. Ontem, um porta-voz do Departamento de Estado declarou que "o Governo do Ruanda deve investigar este acto hediondo e responsabilizar todos os seus autores".
Sensivelmente no mesmo sentido, a França pediu ontem que "se esclareça a responsabilidade deste ataque, que constitui uma violação flagrante do direito internacional humanitário". Já na semana passada, o Presidente francês tinha exortado o Ruanda a "cessar todo o apoio" aos rebeldes do M23 e a "retirar as suas forças" do país.
Notas de condenação chegaram igualmente da União Europeia, da União Africana, da Missão da ONU na RDC (Monusco) e da agência da ONU para os refugiados (ACNUR), bem como da Unicef, sem contudo mencionar os possíveis autores do ataque.
Refira-se, por outro lado, que o Ruanda tem exigido uma acção contra os combatentes Hutus refugiados na RDC e suspeitos de elos com os autores do genocídio ruandês de 1994, cometido essencialmente contra a população Tutsi.
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