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Sudão

As ruas de Cartum reclamam o poder nas mãos dos civis

A sociedade civil que ainda há dias reclamava a saída de cena de Omar el Bechir, destituído pelos militares na passada Quinta-feira, continua a mobilização na luta pelos seus direitos. Milhares de pessoas convergiram hoje junto do quartel geral do exército em Cartum para reclamar a dissolução do Conselho Militar de Transição instituído desde a queda de Bechir e substitui-lo imediatamente por um poder civil.

Manifestantes diante do Ministério da Defesa em Cartum, ontem, dia 15 de Abril de 2019.
Manifestantes diante do Ministério da Defesa em Cartum, ontem, dia 15 de Abril de 2019. REUTERS/Umit Bektas
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Esta nova manifestação acontece depois da SPA -Associação dos Profissionais Sudaneses- na dianteira dos protestos desde Dezembro, ter pedido ontem pela primeira vez que o Conselho Militar de Transição instalado desde a semana passada seja substituído por um conselho civil que abranja também membros do exército, esta organização tendo inclusivamente colocado este ponto como sendo uma condição para uma eventual participação num futuro governo de transição.

Tanto para a SPA como para os milhares de manifestantes concentrados hoje de forma pacífica diante do quartel geral do exército, a destituição de Omar el Bechir e a promessa de um governo civil mas sem a definição de prazos não são suficientes.

O exército, cujos representantes no Conselho Militar de Transição se juntaram a alguns pilares do antigo regime de Omar el Bechir, tem sido acusado pela Associação dos Profissionais Sudaneses de tentar dispersar à força as manifestações da sociedade civil.

Esta situação observada de perto a nível internacional, levou o embaixador britânico em Cartum a lançar um apelo para que "não haja tentativa de dispersar o sit-in pela força". A União Africana, por sua vez, ameaçou suspender o Sudão da organização se o exército não entregar o poder a uma entidade civil no prazo de 15 dias.

Já a Arábia Saudita, no Sábado passado, não só deu conta do seu apoio ao Conselho Militar de Transição, como também prometeu o envio de ajuda humanitária ao país. Ontem, numa primeira declaração de política externa, os actuais donos do poder no Sudão inscreveram-se na continuidade de Bechir, referindo que iriam permanecer no seio da coligação militar chefiada por Riade que está envolvida no conflito iemenita desde 2015.

Mais pormenores aqui.

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