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Sudão

Sudão: depois do golpe, ruas cheias contra generais

As ruas de Cartum continuam cheias, depois da queda de Omar al-Bashir, os sudaneses exigem o afastamento de todos os afectos ao regime destituído. Os militares agora no poder tentam acalmar as reivindicações. Prometeram um “governo civil”, todavia sem fixar datas.

Os sudaneses exigem o afastamento de todos os afectos ao regime destituído.
Os sudaneses exigem o afastamento de todos os afectos ao regime destituído. REUTERS/Stringer
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Os principais líderes do exército sudanês, no poder desde ontem, confirmaram esta sexta-feira que o ex-presidente estava detido mas sublinharam que al-Bashir “não será extraditado”. O ex-chefe de Estado, que estava no poder de 1989, será julgado no Sudão pelos crimes de que é acusado.

Em 2009, o Tribunal Penal Internacional emitiu um mandado de captura contra Omar al-Bashir por “crimes de guerra” e “contra a humanidade” cometidos no Darfour. Em 2010, o TPI acrescentou a acusação de “genocídio”.

O ministro da defesa Awad Ahmed Benawf foi nomeado chefe do “Conselho militar de transição”, depois ter anunciado na televisão do Estado “a queda do regime e detenção em local seguro do seu chefe” Omar al-Bashir.

O “Conselho militar de transição” prometeu entregar o poder a um “governo civil” além de um diálogo entre o exército e “as entidades políticas”. Indicou que o período transitório terá a duração de dois anos e acrescentou que serão realizadas eleições brevemente.

Porém, Omar Zinelabidine, chefe do Comité Político do Conselho Militar, lembrou que os militares não vão permitir “nenhum ataque à segurança” do país.

Os manifestantes prometem continuar a contestação até à formação de um governo de transição.

Awad Ahmed Benawf, o novo homem forte do Sudão, tenta a todo custo acalmar a contestação que desde há quatro meses faz tremer o país, mas devido às suas implicações alegadamente em crimes de guerra no Darfour corre o risco de não recolher apoios internacionais.

A contestação no Sudão começou a 19 de Dezembro de 2018, depois da decisão do governo em triplicar o preço do pão.

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