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Burkina Faso

Pelo menos 70 mortos em 4 dias em ataques no norte do Burkina Faso

Pelo menos 70 militares do Burkina Faso morreram no espaço de 4 dias em dois ataques distintos no norte do país, junto da fronteira com o Mali. Estas ofensivas são atribuídas pelas autoridades a grupos jihadistas que provocaram mais de 200 mortos, civis e militares, desde o início do ano no país.

O capitão Ibrahim Traoré, presidente do Burkina Faso, em Ouagadougou em Outubro de 2022.
O capitão Ibrahim Traoré, presidente do Burkina Faso, em Ouagadougou em Outubro de 2022. AFP - OLYMPIA DE MAISMONT
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De acordo com informações fornecidas ontem por fontes de segurança, pelo menos 15 militares foram mortos na segunda-feira num ataque perpetrado por supostos jihadistas na província de Oudalan, no norte do país, junto da fronteira com o Mali, outras fontes de segurança avançando um balanço mais importante, 19 mortos e "dezenas de desaparecidos".

Este ataque segue-se a uma emboscada ocorrida na sexta-feira na mesma província em que morreram 51 soldados, segundo um balanço provisório estabelecido pelo exército burquinabê que, por outro lado, refere ter morto 160 jihadistas na sequência deste ataque.

Este recrudescimento da violência marca um novo episódio da insegurança crónica vigente no país desde 2015 e que, de acordo com a ONU, provocou pelo menos 2 milhões de deslocados e uma crise humanitária. Em finais de 2022, o Programa Alimentar Mundial anunciou que cerca de 3,5 milhões de pessoas precisavam de ajuda alimentar urgente, em particular em Djibo, no norte do país, onde se concentram 14% dos deslocados internos do país.

Governo de Ibrahim Traoré perante o terrorismo

Perante esta situação complexa e recorrente, a junta militar que tomou o poder no ano passado enunciou como sua prioridade de "reconquistar" os 40% do território nacional sob controlo dos jihadistas. Para além de anunciar o estabelecimento de uma base de dados sobre o financiamento dos grupos terroristas, o executivo do capitão Ibrahim Traoré anunciou, no final do ano passado, o lançamento de uma campanha visando recrutar pelo menos 50 mil civis para apoiar o exército no combate contra os grupos terroristas.

Noutro eixo, as autoridades burquinabês deram conta da sua intenção de diversificar as parcerias em matéria de luta contra o jihadismo, recorrendo nomeadamente ao apoio da Rússia. Por outro lado, em meados de Janeiro, o governo pediu que os 400 militares franceses -presentes há cerca de dez anos- deixassem o país, em "nome da sua soberania". De acordo com Paris, esta retirada que acontece meses depois de as tropas francesas terem igualmente saído do Mali, está prestes a ser concluída e está a decorrer "em condições de cooperação convenientes".

Esta "rearticulação" da presença militar da França na África do Oeste esteve precisamente na ementa das conversações que o ministro francês da Defesa Sébastien Lecornu manteve com os seus interlocutores durante uma deslocação à Costa de Marfim na segunda-feira e no Senegal, nesta terça-feira. Em Dakar nomeadamente, num encontro como Presidente Macky Sall, Sébastien Lecornu destacou a formação que a França pode dar às forças senegalesas no âmbito deste novo figurino, as autoridades senegalesas tendo por seu lado expressado expectativas relativamente a material que poderiam adquirir junto da França.

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