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SÍRIA

Curdos apelaram ao exército sírio contra turcos

No norte da Síria a principal milícia curda, as Unidades de protecção do povo, pediu ajuda ao exército para fazer face à ofensiva da Turquia. Uma medida que ocorre escassos dias após o anúncio da retirada de cerca de 2 000 militares norte-americanos, respectivo aliado tradicional.

Milícia curda pediu ajuda ao exército sírio contra a Turquia.
Milícia curda pediu ajuda ao exército sírio contra a Turquia. TASNIM
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A 20 de Dezembro o presidente norte-americano Donald Trump ordenou a retirada dos cerca de 2 000 militares que combatem na Síria o autoproclamado Estado Islâmico, juntamente com os combatentes curdos.

As Unidades de protecção do povo (YPG) são a principal milícia curda no seio das Forças democráticas sírias.

A YPG domina uma coligação curda das Forças democráticas sírias. Esta unidade convidou "as forças governamentais a se mobilizar rumo às regiões de onde as nossas tropas se retiraram, particularmente em Manbij e a proteger estas regiões contra a invasão turca".

A Turquia que fica, assim, com o campo livre para levar a cabo operações contra os curdos que estão numa situação desesperada.

Dejanirah Couto, investigadora da Escola prática de altos estudos de Paris duvida, porém, que esta aliança entre curdos e o exército de Damasco possa durar.

"Os curdos estão um pouco dispostos a tudo, e portanto esta aliança que, creio, não durará, é mais uma tentativa de quebrar com esse isolamento. Agora que os curdos, já o sabiam, obviamente, mas agora têm ainda mais a certeza que a Turquia está prestes a  iniciar uma acção de limpeza".

"Erdogan tem vindo a aproximar-se dos Estados Unidos e, pelos vistos, conseguiu aquilo que era o seu alvo: que era eliminar do terreno os americanos".

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Dejanirah Couto sobre aliança entre curdos e o exército sírio

Esta especialista da Turquia alega que, agora também com a retirada norte-americana, só a Rússia poderá intervir junto da Turquia para evitar uma operação de limpeza face aos curdos, dizendo-se convencida de que "Putin vai continuar a refrear Erdogan (...) tentar limitar a extensão desta retaliação turca".

Embora refira também não ser certo "que os russos não deixem a situação ainda deteriorar-se um pouco mais de modo a aparecerem em última hipótese como os salvadores da situação".

Esta investigadora refere, ainda, que na Turquia os russos são, simultaneamente, um "inimigo hereditário e, ao mesmo tempo, um dos elementos de peso na conjuntura regional que se escuta e cuja opinião é sempre ponderada e tem valor".

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Dejanirah Couto sobre influência de Putin sobre Erdogan

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