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ARGENTINA

Argentina sustém a respiração em torno do aborto

O Senado argentino tem a última palavra nesta quarta-feira sobre uma eventual legalização do aborto, aprovada por uma curta margem na câmara baixa do parlamento. No país natal do Papa Francisco a Igreja católica tem procurado mobilizar para impedir a adopção da medida.

Manifestants anti-aborto em Buenos Aires a 4 de Agosto de 2018.
Manifestants anti-aborto em Buenos Aires a 4 de Agosto de 2018. REUTERS/Agustin Marcarian
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O debate e a votação poder-se-iam prolongar pela noite dentro.

Dos 72 senadores a imprensa argentina estima que 37 poderiam votar contra. Em caso de empate competirá à presidente da câmara alta do parlamento, a vice-presidente argentina, Gabriela Michetti, o voto decisivo, ela que sempre se ilustrou em prol do "não".

O projecto de lei que legaliza a interrupção voluntária de gravidez durante as 14 primeiras semanas foi adoptado por uma unha negra na câmara baixa do parlamento a 14 de Junho (129 votos a favor e 125 contra), em caso de vitória ele será agora legalizado e tornar-se-á gratuito.

Tradicionamente os senadores são mais conservadores do que os deputados por serem oriundos de regiões menos desenvolvidas que a capital, Buenos Aires, com esta urbe a concentar grande número de apoios ao sim.

Na América latina só Cuba e o Uruguai autorizam o aborto.

O campo verde, pró legalização, tem denunciado o peso dos abortos clandestinos: trata-se da primeira causa da morte das mães na Argentina, facto realçado pela ong Amnistia Internacional que tomou posição em prol da adopção da lei.

Do outro lado o campo azul celeste tem-se mobilizado, com a bênção da Igreja católica, muito influente neste país, em prol da defesa da vida, tanto do feto como da mãe.

Caso seja o não a ganhar o texto provavelmente só poderá voltar à berlinda em 2020 para novo exame perante o parlamento.

Dulio Moreno é jornalista na Argentina, ele admite que o assunto em apaixonado o país e levado à mobilização dos pró e dos contra.

Em seu entender o que está em causa é uma política pública garantindo um acompanhemento oficial às mulheres que optam pelo aborto, sem risco para a sua saúde.

Apesar de o Papa se encontrar em Roma ele alega que a voz dos arcebispos e bispos contra a legalização tem veiculado a mensagem do chefe dos católicos e a sua recusa do aborto.

01:09

Dulio Moreno, jornalista na Argentina

 

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