Visita delicada de Emmanuel Macron à Nova Caledónia
O Presidente francês, Emmanuel Macron, chegou hoje à Nova Caledónia, para uma visita de 3 dias, considerada muito delicada, exactamente 30 anos depois de uma explosão de violência neste arquipélago francês do Pacífico, e quando faltam seis meses para um referendo de independência.
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O presidente francês, Emmanuel Macron, chegou hoje a Nouméa, capital da Nova Caledónia, para uma visita de três dias, durante a qual terá encontros com as autoridades políticas locais, presidirá várias cerimónias, e terá encontros com várias individualidades da sociedade civil.
Mas esta visita do Presidente francês tem provocado muitos protestos, porque várias razões : A primeira é que Emmanuel Macron é o primeiro Presidente francês a visitar a ilha de Ouvéa, palco duma tragédia que marcou profundamente a população. Com efeito, a 5 de Maio de 1988, o exército francês invadiu a caverna de Ouvéa, onde um grupo de independentistas sequestrava vários polícias. Vinte e uma pessoas morreram na operação: dois polícias e 19 independentistas, alguns deles executados sumáriamente.
Outra razão dos protestos à vinda de Emmanuel Macron é que subsistem na ilha grandes desigualdades sociais entre os habitantes de origem europeia e os habitantes de origem melanésia, conhecidos pelo nome de Canaques, que representam 40% da população total.
Por outro lado, o Presidente francês deseja recolher-se diante do monumento erigido em homenagem às vitimas do ataque de Ouvéa, o que os Canaques consideram como um insulto.
Entretanto, uma parte da população queixa-se do facto de esta visita "girar muito em torno da identidade canaque", e deseja fazer uma manifestação “tricolor”, ou melhor, anti-independentista.
De referir que depois da tensão independentista dos anos 1980, Paris e Nouméa estabeleceram uma grande autonomia para a ilha, e em 1998 foi assinado o "Acordo de Nouméa", e inciado um processo progressivo de descolonização, por etapas, que abre a porta a um referendo de independência, que terá lugar a 4 de Novembro deste ano.
O Presidente francês afirmou, durante a sua campanha eleitoral, desejar que a Nova Caledónia continue francesa, pela sua importância geo-politica, riquezas naturais e turísticas, e fará um discurso sobre este tema, antes de regressar a Paris, mas afirma também que respeitará a vontade que fôr exprimida no referendo.
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