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Reportagem

Encontro histórico de Jazz em Bissau

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Os músicos portugueses de Jazz André Sousa Machado, Bernardo Moreira, João Pedro Coelho e João Moreira estiveram em Bissau, onde tocaram um repertório que criou pontes entre Portugal e a Guiné-Bissau.

Encontro histórico de Jazz em Bissau.
Encontro histórico de Jazz em Bissau. © RFI/Lígia Anjos
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Os músicos portugueses de Jazz André Sousa Machado, Bernardo Moreira, João Pedro Coelho e João Moreira estiveram em Bissau com três concertos: no Centro Cultural Português de Bissau, na escola de música Nino Galissa e no hotel Coimbra.

Fazer estes três concertos na Guiné-Bissau "foi um sonho tornado realidade", começou por lembrar Bernardo Moreira. O convite partiu do Director do Centro Cultural Português em Bissau, António Nunes, que lançou o desafio de levar à Guiné-Bissau um grupo de jazz a tocar música instrumental.

"Os concertos correram muito bem. As salas estiveram cheias e houve um lado emocional por tocar na escola em construção do Nino Galissa. O espaço é absolutamente fantástico. É um projecto embrionário e foi marcante poder inaugurar o espaço", afirma André Sousa Machado.

Também João Pedro Coelho partilha a emoção que foi "chegar a Bissau e tocar com pessoas que estão a aprender música, com um background muito diferente, foi muito emocionante".

Em Bissau, os músicos portugueses deram um workshop. Para João Moreira este foi "um desafio no sentido em que é pouco tempo para se falar de muita coisa. Naquele momento já não sou músico a tocar, nem o ouvinte na assistência, sou um professor. Tentei explicar  coisas que podem tomar o seu tempo, cinco a dez anos de estudo: o desafio foi tentar falar destas coisas de forma directa e inteligível",contou.

"O músico jazz está preparado para ter uma capacidade de adaptação quase imediata e instantânea ao que ouve e o rodeia, mas claro que há químicas, como em tudo na vida. As relações musicais também vivem da química e é verdade que entre nós há uma cumplicidade que têm a ver com as nossas personalidades, gostamos das mesmas coisas. O público é sempre muito sensível àquilo que vê e que ouve e esse resultado é que faz com que haja essa troca de energia entre o palco e plateia. Quando as coisas funcionam dessa maneira é como que um somatório de emoções várias que circulam na sala", descreve Bernardo Moreira. 

O repertório foi escolhido para criar uma ponte entre Portugal e Guiné-Bissau. "O João Pedro tem um trio onde eu e o André tocamos. Eu tenho alguns projectos em que cruzo a música popular portuguesa com o universo do Jazz. Propus mostrar este nosso percurso e trouxemos duas figuras absolutamente incontornáveis da história da musica popular em Portugal: trouxemos um tema do Zeca Afonso e outro tema do Carlos Paredes", descreve Bernardo Moreira.

De Bissau, os músicos portugueses levam "uma colecção de emoções: muito do que vivemos aqui é absolutamente comovente, fascinante e fica um sentimento de maravilha e deslumbro. É inegável que há um choque com uma realidade duríssima e às vezes fica difícil conciliar sentimentos", concluiu João Moreira. 

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