São Tomé e Príncipe apostado em candidatura a classificação da UNESCO
Publicado a:
Ouvir - 07:10
De uma cultura diversificada, São Tomé e Príncipe é um mosaico rico, com fortes potencialidades para obtenção do estatuto de património cultural mundial. Para além da presença de portugueses, estas ilhas do Equador já foram nos séculos anteriores uma possessão de franceses, ingleses e holandeses .
São Tomé e Príncipe serviu de mercado de escravos para o continente americano, particularmente o Brasil.
Foi também um local de captura da baleia pelos ocidentais orientais e um grande produtor da cana de cana de açúcar no século XV.
A estrutura geológica das ilhas propicia a existência de uma variedade de plantas endémicas com um forte potencial medicinal e cuja pesquisa tem sido feita pela UNESCO.
Por isso,o parque natural-Obô e as roças compõem a primeira lista indicativa do património cultural e natural do país junto da UNESCO.
Algumas roças como Água –Izé, ao sul da ilha de São Tomé, e Monte Café, ao norte da ilha do mesmo nome, foram identificadas como património cultural pela convergência dos seus valores históricos, económicos e arquitectónicos.
O parque natural Obô de São Tomé e a Reserva da Biosfera do Príncipe, foram definidos como património natural a ser submetido à UNESCO, por conservarem e darem vida a uma rica e singular biodiversidade mundial,como refere o Director da Cultura, Guilherme Carvalho.
Roça Sundy, na ilha do Príncipe, onde foi comprovada a teoria da relatividade, e a Roça Água Izé na ilha de São Tomé foram as primeiras que receberam a cultura do cacau no século XIX.
As duas foram seleccionadas, assim como a Roça Monte Café em São Tomé, que foi o epicentro da cultura do café (Introduzida no século XVIII).
As referidas roças têm uma arquitectura colonial singular, numa mistura de pessoas provenientes de Angola, Cabo-Verde e Moçambique, mão-de-obra mobilizada na altura para as plantações de cacau e café.
O trabalho em São Tomé e Príncipe está a ser coordenado por Sónia Carvalho, ponto focal da UNESCO.
O parque natural de São Tomé e a Reserva da Biosfera da ilha do Príncipe conservam biodiversidade única do arquipélago e do mundo.
São Tomé e Príncipe faz parte de um número restrito de países africanos que não está inscrito na lista indicativa de patrimónios culturais e naturais da UNESCO.
Segundo Albino Jopela, outras roças de São Tomé e Príncipe, nomeadamente a Roça Agostinho Neto, antiga Rio do Ouro, que foi um grande produtor de cacau no século 15, deverão ser submetidas no futuro a lista indicativa de património da UNESCO.
Isso naturalmente depende do trabalho contínuo de investigação que deverá ser feito pelos técnicos nacionais. A submissão dos sítios agora identificados à UNESCO, abrir linhas de financiamento para a restauração dos patrimônios em fase de degradação.
É pela primeira vez que São Tomé e Príncipe vai submeter à UNESCO três roças e o parque natural Obô como patrimónios natural e cultural da humanidade.
Todos os sítios, chaves para a identificação cultural e do potencial da Biodiversidade, bem como outros potenciais sítios críticos para a conservação a nível nacional, serão objectos de análise científica, para actualização da base de dados mundial de áreas importantes para a UNESCO.
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro