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Reportagem

Operação Mar Verde: o testemunho do PAIGC e as consequências

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No terceiro e último episódio da série da RFI consagrada à Operação Mar Verde acompanhamos o relato de Ana Maria Cabral, viúva de Amílcar Cabral, presente em Conacri na altura do ataque à delegação do PAIGC. Seguimos também o testemunho da retirada das tropas portuguesas com o comandante de mar e guerra Costa Correia. Abordamos, ainda, as consequências desta operação secreta com José Matos, co-autor de uma obra publicada este ano em Portugal sobre o caso.

Interior da sede do PAIGC em Bissau com retrato do fundador, Amílcar Cabral, um dos alvos da Operação Mar Verde em Conacri a 22 de Novembro de 1970.
Interior da sede do PAIGC em Bissau com retrato do fundador, Amílcar Cabral, um dos alvos da Operação Mar Verde em Conacri a 22 de Novembro de 1970. AFP - JOHN WESSELS
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Terminamos aqui a série de três episódios consagrados à Operação Mar Verde.

Uma programação especial que ocorre, também, após a publicação de dois novos livros em Portugal e em França sobre o caso, da autoria de José Matos e Mário Matos e Lemos e de Bilguissa Diallo, respectivamente.

Começámos por ver como os dissidentes da Guiné francófona se aliaram ao regime colonial português em Bissau para tentar precipitar o fim do regime de Sékou Touré e como o plano secreto foi preparado e executado há mais de meio século.

Destaque agora para o desfecho e as consequências desta operação lendária levada a cabo em Conacri a 22 de Novembro de 1970.

Na linha de mira de Lisboa estavam os apoios de que o PAIGC beneficiava na capital daquela que tinha sido no passado a Guiné francesa.

O Partido Africano para a independência da Guiné e Cabo Verde tinha, aí efectivamente, a sua base, em Conacri.

Ana Maria Cabral, viúva de Amílcar Cabral, o líder do PAIGC, que viria a ser assassinado em Janeiro de 1973, viveu na primeira pessoa o ataque.

Ela admite ter escapado por um triz e revela-nos aqui um testemunho exclusivo sobre como tudo aconteceu.

 As seis embarcações portuguesas deixam rapidamente Conacri sem conseguir derrubar Sékou Touré nem prender Amílcar Cabral.

O relato da retirada é-nos feito por Costa Correia, o comandante da Lancha de desembarque Montante, uma das seis embarcações portuguesas que protagonizaram a Mar Verde.

O PAIGC vai intensificar a guerra com meios mais sofisticados, nomeadamente mísseis.

Lisboa ficará, ainda assim, numa aposta exclusiva na via militar para lidar com a luta de libertação do PAIGC.

José Matos é um dos autores do livro "Ataque a Conakry: história de um golpe falhado" publicado em Março passado em Portugal pela Editora Fronteira do Caos.

Sékou Touré vai manter-se, pois, no poder e levar a cabo uma verdadeira purga contra quaisquer opositores que poderiam estar por detrás da chamada "agressão portuguesa"

Do outro lado da fronteira a guerra de libertação do PAIGC contra o exército português intensifica-se: "Nino" Vieira, em nome do PAIGC lê em 1973 unilateralmente em Madina do Boé a declaração de independência da Guiné-Bissau.

A Revolução dos Cravos, do ano seguinte em Lisboa, precipitará o reconhecimento da independência e a retirada lusa deste primeiro território africano a ser descolonizado por Portugal.

Praticamente 4 anos depois da operação secreta que tinha por nome de código "Mar Verde".

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