Em 1991, Paulino Cardoso sai da ilha de Santiago para estudar em Cuba, com apenas 14 anos, aproveitando os acordos entre a cidade da Praia e Havana.
Cabo Verde foi um dos muitos países que beneficiou da cooperação com Cuba, quanto à formação de quadros superiores em diferentes áreas, mas sobretudo na educação e saúde.
Estima-se que cerca de 1.000 quadros cabo-verdianos se tenham formado em Cuba. É o caso de Paulino Cardoso, 44 anos, farmacêutico na Cidade Velha desde 2003. "Em 1991 fui para Cuba para terminar o ensino secundário e acabei por fazer uma licenciatura", conta.
"Na altura, aqui, não havia muitas possibilidades para nos formarmos e o nosso país tinha acordos com Cuba. Aproveitamos e fomos. Fui com a ideia de ficar lá menos tempo, mas acabei por tirar um curso superior. O objectivo foi sempre ir e voltar para cá", explica Paulino Cardoso.
Pela vigésima nona vez consecutiva, em Junho deste ano, a Assembleia Geral das Nações Unidas votou o projecto de resolução intitulado “Necessidade de acabar com o bloqueio económico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América contra Cuba”.
Em 1991, o bloqueio norte-americano começou a afectar a chegada de produtos alimentares a Cuba, que se viu obrigado a produzir mais alimentos. "Foi um período muito difícil em Cuba", conta Paulino Cardoso.
"Em Cuba tínhamos todas as condições para estudar, a educação era gratuita e não tínhamos de pagar nada. Era uma chance de aproveitar essa oportunidade para nos formarmos", admite o farmacêutico na Cidade Velha, que foi um dos muitos cabo-verdianos que saiu do país para estudar em Cuba durante 15 anos.
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