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Saída do Burkina Faso, Mali e Níger demonstra "falta de consistência" da CEDEAO

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Burkina Faso, Mali e Níger anunciaram, este domingo à noite, 28 de Janeiro, a saída da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, CEDEAO. Uma saída minuciosamente preparada e anunciada simultaneamente na abertura dos jornais televisivos no Mali, Burkina Faso e Níger. Três estados governados por regimes militares golpistas e sancionados pela CEDEAO.

Burkina Faso, Mali e Níger anunciaram, este domingo à noite, 28 de Janeiro, a saída da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, CEDEAO.
Burkina Faso, Mali e Níger anunciaram, este domingo à noite, 28 de Janeiro, a saída da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, CEDEAO. © Boureima Hama / AFP
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Em comunicado, dizem que a CEDEAO “influenciada por potências estrangeiras, trai os princípios fundadores e transformou-se numa ameaça para os seus estados membros e populações”. 

Mali, Burkina Faso e Níger acusam a CEDEAO de ser instrumentalizada pela antiga potência colonial, a França. Além de acusaram a organização de nada ter feito para ajudar estes três países face à problemática do jihadismo.

Daniel Medina, analista político cabo-verdiano, sublinha que o anúncio destes três países é “surpreendente” e levanta questões sobre a capacidade da região singrar sem ditaduras militares. O facto de o Mali, Burkina Faso e Níger terem coordenado esta saída da CEDEAO “demonstra, naturalmente, alguma força, alguma teatralidade, pensando que CEDEAO não terá condições, morais ou mesmo militares, para fazer com que essas ditaduras caiam."

Em 2000, a CEDEAO viu a Mauritânia sair da organização, ficando reduzida a 15 estados-membros. Com a saída do Burkina Faso, Mali e Níger acaba agora por representar apenas 12 estados. Daniel Medina sublinha que isto “demonstra alguma instabilidade e falta de consistência em determinadas políticas, nas políticas económicas e, também, demonstra alguma instabilidade em termos ideológicos fazendo sobressair que a tendência para resolver os problemas económicos, sociais, culturais ou outros, se faz através de golpes de Estado.

No Mali, os militares no poder há quase quatro anos, liderados pelo coronel Assimi Goïta, comprometeram-se a realizar eleições em Fevereiro de 2024. No entanto, o sufrágio foi adiado sine die .

No Burkina Faso, após assumir o poder a 30 de Setembro de 2022, o capitão Ibrahim Traoré afirmou que cumpriria os compromissos assumidos pela CEDEAO pelo seu antecessor de realizar eleições no verão de 2024.

No Níger, após o golpe de Julho de 2023, o general Abdourahamane Tiani declarou que o período de transição não excederia os três anos. A duração exacta deve ser definida durante um "diálogo nacional" que ainda não começou.

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