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"Instabilidade no Gabão põe em causa todos os Estados da região"

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A Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC) suspendeu o Gabão da organização e exigiu a realização de eleições no país “o mais rapidamente possivel”. A decisão saiu de uma reunião extraordinária da CEEAC, realizada esta segunda-feira na Guiné Equatorial. 

Brice Oligui Nguema tomou posse a 4 de Setembro de 2023 como Presidente de transição no Gabão.
Brice Oligui Nguema tomou posse a 4 de Setembro de 2023 como Presidente de transição no Gabão. AFP - -
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A Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC) suspendeu o Gabão da organização e exigiu a realização de eleições no país “o mais rapidamente possivel”. A decisão saiu de uma reunião extraordinária da CEEAC, realizada esta segunda-feira na Guiné Equatorial. Malabo vai passar a assegurar a presidência rotativa do bloco, uma vez que o presidente destituído do Gabão, Ali Bongo, era o presidente em exercício da CEEAC desde Fevereiro.

Além disso, o presidente da República Centro Africana, Faustin-Archange Touadéra, foi nomeado para mediar as negociações com Libreville, local para onde se deve deslocar “imediatamente para contactos com todas as partes envolvidas.”

Integram a CEEAC Angola, Burundi, Camarões, República Centro-Africana, Chade, Congo, Guiné Equatorial, Gabão, Ruanda, São Tomé e Príncipe e República Democrática do Congo.

 A CEEAC deu um ultimato de um ano para os autores do golpe de Estado no Gabão e 30 de Agosto restaurarem a “ordem constitucional”.

Para Osvaldo Mboco, especialista em relações internacionais da Universidade Técnica de Angola, as resoluções adoptadas pela CEEAC eram “previsíveis” e viu o ultimato de um ano para a restauração da “ordem constitucional” com 'bons olhos': “ainda bem que a CEEAC não estendeu o prazo para a entrega do poder aos civis, porque vamos assistir, por parte dos militares, a manobras dilatórias no sentido de aumentarem a sua permanência no poder”. 

Reunidos em Malabo, os chefes de estado da CEEAC designaram o presidente da República Centro Africana, Faustin-Archange Touadéra, como facilitador das negociações, facto que mostra que a organização privilegia “os meios pacíficos de resolução de conflito” e o “diálogo”. Mas esta missão de Touadéra vai “depender muito da aceitação por parte da junta militar”.

Osvaldo Mboco salienta ainda que “é importante que a junta militar abrace esse prazo dado pela CEEAC”, caso contrário pode fazer com que o bloco adopte “medidas mais energéticas” que podem passar por sanções económicas, políticas e congelamento de contas e bens dos golpistas.

O especialista em relações internacionais ressalva que “Angola é um país estável do ponto de vista político e militar”, todavia deve “prestar atenção às movimentações, internas e externas, porque a instabilidade de um país na região põe em causa todos os estados”.

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