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Gabão

CEEAC suspende Gabão, indigita mediador e aprova roteiro para restaurar a paz

Na segunda-feira 4 de Setembro, a Comunidade Económica dos Estados da África Central suspendeu e afastou o Gabão da liderança do órgão, assim como aprovou, também, um roteiro que visa restaurar a normalidade constitucional do país. A CEEAC indigitou ainda o Presidente da República Centro-Africana, Faustin Archange Touadera, como mediador da crise que resultou no afastamento do Presidente Ali Bongo Ondimba do poder no Gabão na semana passada.

A CEEAC indigitou o Presidente da República Centro-Africana, Faustin Archange Touadera, como mediador da crise no Gabão.
A CEEAC indigitou o Presidente da República Centro-Africana, Faustin Archange Touadera, como mediador da crise no Gabão. Ludovic MARIN / AFP
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Os líderes da Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC) avaliaram em Malabo, capital da Guiné Equatorial, a situação política e militar reinante na República do Gabão após o golpe de Estado de 30 de Agosto.

No final da cimeira extraordinária que decorreu em Malabo, Tete António, Ministro angolano das Relações Exteriores, destacou que a CEEAC aprovou a transferência -temporária- da sede e da presidência do Gabão para a Guiné Equatorial, suspendendo imediatamente o país de todas as actividades da organização.

“Saem desta cimeira três decisões essenciais: a primeira decisão é em relação à liderança da cimeira. Fica a assumir a Presidência, o Presidente Nguema da Guiné Equatorial. A segunda decisão é a suspensão do Gabão, a exemplo da União Africana. Portanto, aplica-se, também, essa sanção em relação ao Gabão suspenso da organização. A terceira decisão é em relação à sede, tendo em conta a situação no Gabão, faz-se, portanto, uma deslocação temporária de Libreville para Malabo”, anunciou o ministro angolano das Relações Exteriores.

Tete António confirmou a indigitação do Presidente da República Centro-Africana, Faustin Archange Touadéra, como facilitador da organização para dialogar com a sociedade civil gabonesa, actores políticos e Forças Armadas.Tarefa que iniciou imediatamente, uma vez que o Presidente centro-africano deslocou-se ao Gabão nesta terça-feira onde foi recebido esta tarde pelo general Brice Oligui Nguema, novo homem forte do Gabão depois do golpe.

Relativamente às decisões tomadas durante a cimeira da CEEAC, Tete António avançou ainda que a Comunidade Económica dos Estados da África Central elaborou um roteiro que vai servir de bússola orientadora para o mediador aplicar as medidas que foram tomadas pela organização.

“O Presidente da República Centro-Africana, o professor Archange Touadera, vai trabalhar com a comissão para falar com os actores no terreno e, portanto, aplicar as medidas que foram tomadas pela organização. Mas também há um aspecto que é preciso sublinhar: é o roteiro que a organização vai entregar ao facilitador, para poder fazer esse contacto com as autoridades militares que assumiram o poder na República gabonesa”, declarou Tete António.

Neste âmbito, conforme anunciado pelo doravante presidente em exercício da organização sub-regional, Teodoro Nguema Obiang, a CEEAC deu aos autores do golpe no Gabão um ano para restabelecer a "ordem constitucional".

O Gabão foi na semana passada palco do oitavo golpe de Estado ocorrido no continente africano desde 2020, isto apenas um mês depois do poder político Níger ter sido também derrubado por um grupo de militares.

Recorde-se que a CEEAC é constituída por Angola, Burundi, Camarões, República Centro-Africana, Chade, Congo, Guiné Equatorial, Gabão, Ruanda, São Tomé e Príncipe e República Democrática do Congo.  

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