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Médio Oriente

Enquanto violência continua, discute-se a continuidade do apoio humanitário a Gaza

Continuam os intensos combates entre o exército israelita e o Hamas na Faixa de Gaza onde morreram mais de 120 palestinianos nas últimas 24 horas, segundo o movimento islamista. A situação humanitária no enclave deve ser abordada hoje numa conferência organizada nas Nações Unidas para tentar garantir a continuidade do apoio à agência da ONU para os refugiados palestinianos, depois de Israel acusar alguns dos seus membros de estarem envolvidos nos massacres de 7 de Outubro.

Uma centena de corpos de palestinianos desenterrados ou mortos em ataques israelitas, devolvidos por Israel, são enterrados numa vala comum em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, neste dia 30 de Janeiro de 2024.
Uma centena de corpos de palestinianos desenterrados ou mortos em ataques israelitas, devolvidos por Israel, são enterrados numa vala comum em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, neste dia 30 de Janeiro de 2024. REUTERS - MOHAMMED SALEM
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A violência continua na Faixa de Gaza onde, em quatro meses de guerra, os islamistas do Hamas contabilizaram 26.751 mortos no seu último balanço divulgado hoje.

A Cisjordânia ocupada tem sido igualmente palco de ataques, as autoridades palestinianas referindo que um comando israelita abateu 3 palestinianos apresentados como "terroristas" dentro de um hospital em Jenin, a mesma fonte contabilizando mais de 300 mortos sob balas de militares ou colonos israelitas desde o começo da guerra em Outubro.

Neste contexto já por si difícil, o Secretário-geral da ONU organiza hoje uma reunião com os países doadores no sentido de garantir a continuidade do apoio internacional à população de Gaza, depois de uma dúzia de países terem decidido suspender a sua contribuição à Agência da ONU para os Refugiados Palestinianos.

No final da semana passada, Israel acusou 12 dos funcionários dessa organização de estarem envolvidos nos massacres do 7 de Outubro em que foram mortos cerca de 1140 israelitas. Na sequência destas denúncias, países como os Estados Unidos, a Alemanha, a Finlândia e o Japão anunciaram a suspensão da sua contribuição. Tanto Washington como a União Europeia reclamaram uma investigação interna sobre estas alegações.

Contudo, o mais urgente para António Guterres é continuar a socorrer a população de Gaza. Uma ideia também reforçada pela OMS que hoje considerou que esta polémica "desvia a atenção" da crise humanitária no enclave. No mesmo sentido, em comunicado conjunto, umas vinte ONGs entre as quais a Oxfam, os Médicos do Mundo e a Save the Children disseram-se "revoltadas" pela atitude qualificada de "irresponsável" dos países que anunciaram a intenção de suspender a sua ajuda.

Paralelamente, continuam os esforços com vista à instauração de um novo cessar-fogo, na sequência de discussões neste fim-de-semana em Paris entre os Estados Unidos, o Qatar e Israel, que o chefe da diplomacia americana avaliou ontem de forma positiva. Ismael Haniyeh, chefe do Hamas, confirmou hoje ter recebido uma proposta de cessar-fogo e disse que iria deslocar-se ao Cairo para discuti-la.

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