Enquanto violência continua, discute-se a continuidade do apoio humanitário a Gaza
Continuam os intensos combates entre o exército israelita e o Hamas na Faixa de Gaza onde morreram mais de 120 palestinianos nas últimas 24 horas, segundo o movimento islamista. A situação humanitária no enclave deve ser abordada hoje numa conferência organizada nas Nações Unidas para tentar garantir a continuidade do apoio à agência da ONU para os refugiados palestinianos, depois de Israel acusar alguns dos seus membros de estarem envolvidos nos massacres de 7 de Outubro.
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A violência continua na Faixa de Gaza onde, em quatro meses de guerra, os islamistas do Hamas contabilizaram 26.751 mortos no seu último balanço divulgado hoje.
A Cisjordânia ocupada tem sido igualmente palco de ataques, as autoridades palestinianas referindo que um comando israelita abateu 3 palestinianos apresentados como "terroristas" dentro de um hospital em Jenin, a mesma fonte contabilizando mais de 300 mortos sob balas de militares ou colonos israelitas desde o começo da guerra em Outubro.
Neste contexto já por si difícil, o Secretário-geral da ONU organiza hoje uma reunião com os países doadores no sentido de garantir a continuidade do apoio internacional à população de Gaza, depois de uma dúzia de países terem decidido suspender a sua contribuição à Agência da ONU para os Refugiados Palestinianos.
No final da semana passada, Israel acusou 12 dos funcionários dessa organização de estarem envolvidos nos massacres do 7 de Outubro em que foram mortos cerca de 1140 israelitas. Na sequência destas denúncias, países como os Estados Unidos, a Alemanha, a Finlândia e o Japão anunciaram a suspensão da sua contribuição. Tanto Washington como a União Europeia reclamaram uma investigação interna sobre estas alegações.
Contudo, o mais urgente para António Guterres é continuar a socorrer a população de Gaza. Uma ideia também reforçada pela OMS que hoje considerou que esta polémica "desvia a atenção" da crise humanitária no enclave. No mesmo sentido, em comunicado conjunto, umas vinte ONGs entre as quais a Oxfam, os Médicos do Mundo e a Save the Children disseram-se "revoltadas" pela atitude qualificada de "irresponsável" dos países que anunciaram a intenção de suspender a sua ajuda.
Paralelamente, continuam os esforços com vista à instauração de um novo cessar-fogo, na sequência de discussões neste fim-de-semana em Paris entre os Estados Unidos, o Qatar e Israel, que o chefe da diplomacia americana avaliou ontem de forma positiva. Ismael Haniyeh, chefe do Hamas, confirmou hoje ter recebido uma proposta de cessar-fogo e disse que iria deslocar-se ao Cairo para discuti-la.
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