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Conflito no Médio Oriente pode tornar-se "global"

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Israel pode ceder nos próximos dias à pressão internacional para parar os ataques contra a Faixa de Gaza e tentar reaver os reféns ainda nas mãos do Hamas através de negociações. Esta pressão aumenta já que o conflito pode vir a tornar-se global, como alerta a investigadora Maria João Tomás.

Israeli youth, led by Israeli Scouts from Kibbutz Kfar Aza, rally for the release of hostages being held in Gaza that were kidnapped during the deadly October 7 attack by Palestinian Islamist group Ha
As manifestações pela libetação dos reféns feitos pelo Hamas no dia 7 de Outubro multuplicam-se em Israel. REUTERS - AMMAR AWAD
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No Médio Oriente, a possibilidade de uma trégua prolongada de dois meses entre Israel e o Hamas parece estar a ser mediada pelo Qatar e pelo Egipto. Com movimentos como o Hezbollah no Líbano e os Huthis no Iemen a solidarizarem-se com o Hamas e as Nações Unidas a denunciarem a situação catastrófica das populações na Faixa de Gaza, Israel está cada vez mais pressionado internacionalmente para concordar com um cessar-fogo temporário.

No entanto, para Maria João Tomás, professora Auxiliar da Universidade Autónoma de Lisboa e especialista do Médio Oriente, torna-se difícil saber em que ponto está o Governo de Benjamin Netanyahu já que a prioridade não parece até agora ser a libertação dos reféns e sim a destruição do povo palestiniano.

"Os israelitas estão fartos desta guerra, por isso é que ainda aí nas ruas a exigir que o Benjamin Netanyahu acabe com a guerra. Uma coisa é este Governo e outra são os israelitas, são coisas completamente diferentes. Mesmo se Netanyahu ganhou com maioria, os israelitas estão cada vez mais descontentes, não só com a guerra, mas com o tratamento que está a dar aos reféns", disse a académica.

Na segunda-feira, as famílias dos cerca de 100 reféns ainda nas mãos do Hamas invadiram o Parlamento israelita e voltaram a pedir que os seus ente-queridos sejam retirados da Faixa de Gaza e que regressem às suas casas. 

A negociação com um período de tréguas parece a melhor hipótese para o regresso dos reféns e também para evitar a escalada de tensões que se alargou ao Líbano, ao Mar Vermelho e um pouco por todo o Médio Oriente. Caso a Rússia entre neste conflito, Maria João Tomás teme a globalização desta guerra.

"A pressão internacional é enorme e uma das razões é que isto está a escalar de uma maneira que há a possibilidade disto se tornar global e aí temos um problema, porque a Rússia mete-se de um lado em auxílio da Síria, porque já houve lá atentados. Esta é agrande razão destas movimentações diplomáticas. Para evitar que isto escale, estamos num ponto de viragem. Se escalar, mete a Rússia e deixa de ser regional e passa a ser global", concluiu.

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