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#Guerra Israel/Hamas

Macron pede para se “trabalhar para um cessar-fogo” na Faixa de Gaza

Paris acolhe, esta quinta-feira uma “conferência humanitária” para tentar desbloquear ajuda para a população civil na Faixa de Gaza. Na abertura do evento, o Presidente francês, Emmanuel Macron, disse é preciso “uma pausa humanitária muito rápida e trabalhar para um cessar-fogo” na guerra entre Israel e o Hamas e prometeu cem milhões de euros de ajuda à população.

Conferência humanitária para a população civil da Faixa de Gaza. Palácio do Eliseu, Paris, 9 de Novembro de 2023.
Conferência humanitária para a população civil da Faixa de Gaza. Palácio do Eliseu, Paris, 9 de Novembro de 2023. AFP - LUDOVIC MARIN
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No discurso de abertura da “conferência humanitária”, no Palácio do Eliseu, o Presidente francês, Emmanuel Macron, disse que “no imediato é na protecção dos civis que se tem de trabalhar” e que para isso “é preciso uma pausa humanitária muito rápida e trabalhar para um cessar-fogo” que, sublinhou, “deve tornar-se possível”.

Macron anunciou que, este ano, a ajuda francesa para a população civil palestiniana vai ser de cem milhões de euros. “A França anunciou 20 milhões de euros em ajuda humanitária adicional desde 7 de Outubro e levaremos essa ajuda a 100 milhões de euros para 2023", declarou.

A ONU estima que a população da Faixa de Gaza e da Cisjordânia necessite de 1,2 mil milhões de dólares até ao final do ano.

Emmanuel Macron também considerou que a Autoridade Palestiniana é a “única legítima para representar o povo palestiniano e a sua causa” e pediu-lhe para trabalhar contra o terrorismo ao lado da comunidade internacional. “A  Autoridade Palestiniana tem uma responsabilidade eminente […] para trabalhar com a comunidade internacional e encontrar uma solução para a luta clara contra o terrorismo, para as questões humanitárias que evocamos hoje e para a questão política”, declarou o Presidente francês, acrescentando: “Sei que posso contar convosco.”

O objectivo da conferência, uma iniciativa de Emmanuel Macron, é desbloquear o envio de ajuda para a Faixa de Gaza, algo que tem sido impossível com os bombardeamentos incessantes de Israel desde o ataque do Hamas de 7 de Outubro.  A conferência pretende, assim, “mobilizar todos os parceiros e doadores para responder a estas necessidades”, de acordo com a France Presse. As discussões vão abordar a ajuda em termos de alimentação, de equipamento médico e energia, "uma questão complicada porque Israel não quer que combustível entre na Faixa de Gaza", segundo o ministério dos Negֶócios Estrangeiros. Outro objectivo é obter promessas de ajuda financeira e a entrada de ajuda humanitária ao território.

O governo de Israel não está no evento, mas o Presidente francês falou com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu na terça-feira e falará novamente com ele depois da conferência, de acordo com a presidência. Emmanuel Macron também teve chamadas telefónicas com o Presidente egípcio Abdel Fattah al-Sissi e o emir do Qatar, cujos países têm um papel chave no encaminhar de ajuda para a Faixa de Gaza, onde vivem 2,4 milhões de palestinianos. Na conferência, os países árabes também não estão representados ao mais alto nível. A Autoridade Palestiniana mandou o primeiro-ministro e o Egipto enviou uma delegação ministerial.

Em contrapartida, estão presentes várias organizações humanitárias que denunciam a impossibilidade de entregar ajuda enquanto continuarem os bombardeamentos sobre Gaza. Treze ONGs pediram um “cessar-fogo imediato” e “a garantia da entrega de ajuda a Gaza e de respeito do direito internacional humanitário”.

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, disse, em entrevista ao canal francês France 2, que “Israel tem o direito de se defender” mas que isso “deve ser feito em respeito das regras do direito internacional”, admitindo que os europeus e os americanos têm “dificuldades em convencer que haja pausas humanitárias o mais rapidamente possível”. Os pedidos de apelos por “pausas”, “trégua” ou “cessar-fogo” aumentaram nas últimas semanas para facilitar a entrada de ajuda humanitária e a libertação de mais de 240 reféns capturados pelo Hamas em Israel. Mas o primeiro-ministro israelita descartou novamente, na quarta-feira, qualquer cessar-fogo sem a libertação dos reféns. Fontes próximas do Presidente francês disseram à France Presse que “o Hamas não vai provavelmente libertar reféns enquanto as operações [israelitas] continuarem”, daí que a pausa humanitária seja importante para conseguir a libertação dos reféns.

 A Faixa de Gaza está sob bloqueio israelita desde o ataque do Hamas de 7 de Outubro que fez mais de 1.400 mortos, maioritariamente civis. Em resposta, Israel prometeu “acabar” com o Hamas, que controla a Faixa de Gaza, território que tem sido, desde então, bombardeado e onde já morreram mais de 10.000 pessoas, sobretudo civis.

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