"Nenhum lugar é seguro em Gaza”, alerta a ONU

A coordenadora de assuntos humanitários das Nações Unidas para os territórios palestinianos alertou esta quinta-feira, 26 de Outubro, que “nenhum lugar é seguro em Gaza” por causa da intensificação dos bombardeamentos israelitas.

A coordenadora de assuntos humanitários para os territórios palestinianos das Nações Unidas alertou esta quinta-feira, 26 de Outubro, que “nenhum lugar é seguro em Gaza”. © AP - Mary Altaffer

Num comunicado de imprensa, Lynn Hastings defende que os “avisos que Israel envia antes dos ataques” às populações da Faixa de Gaza para evacuarem as áreas que pretende atingir “não fazem diferença”.

“Quando as rotas de evacuação são bombardeadas, quando as pessoas tanto no norte como no sul são apanhadas em becos sem saídas, quando faltam elementos essenciais para a sobrevivência e quando não há garantia de regresso, as pessoas são confrontadas com escolhas impossíveis”, alerta a coordenadora dos assuntos humanitários para os territórios palestinianos da ONU.

A dirigente lembrou, ainda, que “as operações militares, onde quer que seja, deve ser regida pelo direito humanitário internacional. Isto significa que os civis devem ser protegidos e receber o essencial para a sobrevivência, onde quer que estejam.”

Assembleia Geral da ONU convocada para discutir a guerra entre Israel e o Hamas

O Conselho de Segurança da ONU rejeitou na quarta-feira dois projectos de resolução que apelavam a uma pausa humanitária em Gaza, apresentados pela Rússia e pelos Estados Unidos, com o objectivo de fornecer ajuda aos civis no enclave palestino sitiado.

Esta quinta-feira, os líderes da União Europeia vão apelar à criação de “corredores e pausas humanitárias” para entregar ajuda de emergência a Gaza, de acordo com a versão final de um texto a ser aprovado numa cimeira em Bruxelas.

Tanques israelitas entraram em Gaza para incursão contra Hamas

As forças de defesa de Israel anunciaram ter conduzido, durante a noite, uma incursão no norte de Gaza com recurso a tanques. O exército israelita confirma ter atingido “mais de 250 células terroristas do Hamas na Faixa de Gaza”.

Segundo o exército israelita, os ataques foram direccionados a “centros de comando operacional, poços [que permitem o acesso a] túneis e postos de lançamento de mísseis anti-tanque".

O número de reféns detidos pelo Hamas na Faixa de Gaza aumentou para 224, anunciou o exército israelita. 

Um terço dos hospitais na Faixa de Gaza fora de serviço

Desde sábado, 21 de Outubro, dezenas de camiões com ajuda humanitária chegaram a Gaza, vindos de Rafah, na fronteira com o Egipto. Segundo a ONU é necessária pelo menos uma centena de camiões por dia, alertando par ao facto de haver uma urgência em fornecer combustível para operar geradores em hospitais, bombear e purificar água.

Segundo o director do Hospital Shifa, Mohammed Abu Selmeya, na cidade de Gaza, o maior hopital da Faixa de Gaza, “dez hospitais estão fora de serviço” e “mais de 90% dos medicamentos e produtos esgotados”. Dentro de 24 a 48 horas, a maioria dos hospitais no enclave palestiniano não terá mais electricidade devido à falta de combustível para fazer funcionar os seus geradores, estima Mohammed Abu Selmeya.