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Râguebi

David Wallis: «Vamos acreditar até ao último minuto que é possível arrecadar um triunfo no Mundial»

Quarto e último jogo para a Selecção Portuguesa de râguebi frente às Ilhas Fiji em Toulouse, em território francês, neste domingo 08 de Outubro, no Campeonato do Mundo.

David Wallis, internacional português.
David Wallis, internacional português. © AP - Lewis Joly
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Portugal, já eliminado, encerra a participação na prova frente às Ilhas Fiji, uma selecção que ocupa o terceiro lugar com dez pontos, um atrás da Austrália, no entanto os fijianos têm um jogo a menos.

Os portugueses, em caso de vitória, podem impedir os fijianos de seguirem em frente. No entanto as Ilha Fiji têm três resultados possíveis para carimbar o passaporte para os quartos, a vitória, o empate ou ainda a derrota com o ponto de bónus defensivo, isto significaria perder por sete pontos ou menos.

A partida vai decorrer em Toulouse, no Sul da França, lugar onde Portugal empatou frente à Geórgia, estádio de boas memórias para os ‘Lobos’.

A Selecção Portuguesa ocupa actualmente o último lugar no Grupo C com dois pontos, isto após duas derrotas por 28-8 frente ao País de Gales e por 34-14 perante a Austrália, sem esquecer o empate histórico, 18-18, diante da Geórgia.

O Grupo C era um grupo complicado para Portugal que foi a última equipa apurada para a prova, no entanto, apenas sofreu 80 pontos, o que é pouco quando comparado com outras selecções como a Roménia que sofreu 242 pontos, ou a Namíbia com 255, ou ainda o Chile com 215.

Recorde-se que no domingo, 01 de Outubro, Portugal perdeu por 34-14 frente à Austrália, em Saint-Étienne, naquele que era o terceiro encontro para os portugueses, e o quarto e último para os australianos.

David Wallis (direita), internacional português.
David Wallis (direita), internacional português. © AFP - FRANCIS BOMPARD

Em entrevista à RFI, David Wallis, internacional luso, afirmou que Portugal conseguiu lutar “olhos nos olhos” com os australianos, apesar da dualidade de critérios do árbitro, e frisou que uma vitória frente às Ilhas Fiji no último jogo do Mundial para os portugueses seria a cereja no topo do bolo.

RFI: Que análise podemos fazer da derrota frente à Austrália em Saint-Etienne?

David Wallis: Foi um jogo muito duro. Sabíamos que ia ser um jogo muito directo, que é o ponto forte deles, o físico. Conseguimos igualar isso durante grande parte do jogo. Devíamos ter capitalizado quando estivemos com mais dois elementos em campo, visto que eles levaram dois amarelos. Não conseguimos, mas acho que o árbitro também não ajudou. Houve uma dualidade de critérios, e isso não foi o melhor. Eles fisicamente marcaram nos dois ensaios, a bater fisicamente. Foi a peça fundamental para o resultado que foi. Apesar de nunca desistirmos, fomos sempre atrás do resultado. Há aqui pormenores que, quando se joga frente a estas equipas, não se podem cometer. Não são grandes erros, mas quando são contra estas grandes equipas, elas aproveitam logo. Por isso é que este nível é tão exigente. Nós não podemos cometer erros para podermos ganhar.

RFI: Novamente um jogo que termina com frustração para os atletas lusos…

David Wallis: Não é frustração como estão a pensar porque é apenas a segunda presença num Mundial. Nós vínhamos para competir com todas as equipas, isto apesar de querermos mais dentro do grupo, porque queríamos uma vitória, queríamos conseguir a primeira vitória para Portugal. Mas o principal objectivo era competir com todas as equipas. Isso estamos a conseguir porque todas as equipas estão a dar-nos os parabéns. Sabem que estamos a evoluir muito de jogo para jogo. É isso que queremos continuar a fazer. Agora temos as Ilhas Fiji, é mais uma oportunidade para vencer, se conseguirmos era perfeito, era a cereja no topo do bolo conseguirmos uma vitória. Vamos dar tudo para tentar essa vitória. 

RFI: Se lhe tivessem dito antes do Mundial que iam perder por poucos pontos frente aos galeses e aos australianos, e empatar frente aos georgianos, acreditava? 

David Wallis: Não acreditava em todos esses resultados, não! Se calhar frente à Austrália, pensaria que poderíamos ter perdido por mais. E a verdade é que no jogo, dentro das quatro linhas, perdemos a oportunidade de marcar mais ensaios, podíamos ter perdido por menos, e se calhar ter competido mais até ao final do jogo. Mas foi assim, nós não conseguimos aproveitar as oportunidades que tivemos. Era só mais um passo. Do outro lado, eles aproveitaram. Apesar de termos duas derrotas por 20 pontos, acho que estamos a evoluir bem. Estamos no bom caminho.

RFI: É possível vencer as Ilhas Fiji?

David Wallis: Nós vamos acreditar até ao fim, até ao último minuto do Mundial, que podemos conseguir essa vitória. Mas o nosso objectivo principal é competir em todos os jogos. Se conseguirmos vencer, agora só falta um jogo, seria mesmo a cereja no topo do bolo. Queremos mostrar que estamos a evoluir, que o râguebi português é muito bom, e que merecemos estar aqui. Mas, para continuarmos a evoluir, temos de ter este tipo de jogos mais regularmente. Espero que - até mesmo já frente às Ilhas Fiji - poderemos começar a ter vitórias frente a este tipo de equipas, das melhores selecções mundiais.

RFI: Como tem sido esta experiência para si?

David Wallis: Tem sido uma grande experiência. Desde a primeira semana, chegar cá, tem sido incrível. Temos um grande grupo, gostamos muito de estarmos juntos, damo-nos muito bem, e isso torna as coisas mais especiais. Agora é continuar a trabalhar, para tentar tornar esta experiência ainda mais especial.

RFI: O que nos pode dizer do apoio do público português?

David Wallis: Um apoio incrível. Quando começamos a cantar o hino, foi uma explosão com o estádio todo a cantar em Saint-Etienne. Foi incrível, muito obrigado ao público. Espero que estejam muitos portugueses presentes em Toulouse para o jogo frente às Ilhas Fiji.

 

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David Wallis, internacional português 02-10-2023

David Wallis (direita), internacional português.
David Wallis (direita), internacional português. © AP - Lewis Joly

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