Pedro Bettencourt: «Não estamos aqui a fazer de coitadinhos, queremos ganhar frente às Ilhas Fiji»
A Selecção Portuguesa de râguebi defronta as Ilhas Fiji neste domingo 08 de Outubro em Toulouse, em território francês, num jogo a contar para o Campeonato do Mundo da modalidade..
Publicado a:
Ouvir - 01:29
A Selecção Portuguesa ocupa actualmente o último lugar no Grupo C com dois pontos, isto após duas derrotas por 28-8 frente ao País de Gales e por 34-14 perante a Austrália, sem esquecer o empate histórico, 18-18, diante da Geórgia.
Os ‘Lobos’ ainda têm um jogo pela frente, no próximo domingo 08 de Outubro, em Toulouse, em que vão medir forças com as Ilhas Fiji.
O Grupo C era um grupo complicado para Portugal que foi a última equipa apurada para a prova, no entanto, apenas sofreu 80 pontos, o que é pouco quando comparado com outras selecções como a Roménia que sofreu 242 pontos, ou a Namíbia com 255, ou ainda o Chile com 215.
Os ‘Lobos’ rivalizam com adversários ditos mais fortes, num grupo em que todas as selecções, excepto Portugal, integram o top-11 mundial, sendo que os portugueses são 16º nesse ranking.
Portugal, já eliminado, encerra a participação na prova frente às Ilhas Fiji, uma selecção que ocupa o terceiro lugar com dez pontos, um atrás da Austrália, no entanto os fijianos têm um jogo a menos.
Os portugueses, em caso de vitória, podem impedir os fijianos de seguirem em frente. No entanto as Ilha Fiji têm três resultados possíveis para carimbar o passaporte para os quartos, a vitória, o empate ou ainda a derrota com o ponto de bónus defensivo, isto significaria perder por sete pontos ou menos.
A partida vai decorrer em Toulouse, no Sul da França, lugar onde Portugal empatou frente à Geórgia, estádio de boas memórias para os ‘Lobos’.
Recorde-se que no domingo, 01 de Outubro, Portugal perdeu por 34-14 frente à Austrália, em Saint-Étienne, naquele que era o terceiro encontro para os portugueses, e o quarto e último para os australianos.
Em entrevista à RFI, Pedro Bettencourt, internacional luso, estava feliz com o ensaio marcado, o primeiro da partida para Portugal frente à Austrália, mas também estava frustrado com o resultado, ele que gostaria de encerrar a participação lusa com um triunfo.
RFI: Que análise podemos fazer da derrota frente à Austrália? Derrota por 34-14…
Pedro Bettencourt: Frustração no geral porque nos momentos em que os australianos estiveram sob pressão, não conseguimos concretizar essa pressão em pontos. E é verdade que, ao contrário, os australianos conseguiram fazer isso. No meu amarelo (ndr: expulsão temporária de 10 minutos), eles marcaram três ensaios em dez minutos. Houve momentos em que eles jogaram a 13 e nós tivemos pouca paciência e não conseguimos concretizar em pontos. É um bocado frustrante. Estamos orgulhosos mesmo assim como sempre, mas um bocado farto de vitórias morais.
RFI: Nesse jogo, o Pedro acabou por marcar um ensaio…
Pedro Bettencourt:Sim estou contente com o ensaio. É um bocado ‘cliché’, mas acho que foi um ensaio muito bem trabalhado colectivamente. Eu estava no sítio certo, à hora certa. Estava na ponta à espera da bola, e houve um grande passe do Tomás e a parte mais fácil foi a minha em que tive apenas de correr em frente e marcar o ensaio.
RFI: Sente que Portugal podia ter feito mais?
Pedro Bettencourt: Sentimos que podíamos ter feito muito mais! Se calhar é porque não temos tantos jogos a este nível, regularmente, que se vê a diferença de nível, os erros que fizemos. A Austrália é uma equipa de topo mundial, como é evidente. Mas olhando para o jogo, sentimos que os australianos foram eficazes quando tinham a bola na mão, e quando estavam no nosso meio campo, assinavam com pontos. E nós não o fizemos. Se calhar é aí que se vê a diferença de nível.
RFI: Agora são as Ilhas Fiji, o que se espera desse encontro? Os australianos agora torcem por Portugal…
Pedro Bettencourt:Claro que agora os australianos estão do nosso lado (risos). Eles querem que ganhemos e bem. Mas, nós, o nosso lema é sermos competitivos. Acho que mostrámos isso nos últimos jogos, embora os resultados, sobretudo frente à Austrália, não tivessem sido o que nós queríamos. Nós entramos para ganhar jogos como é evidente. Nunca somos favoritos, mas não estamos aqui a fazer de coitadinhos.
RFI: Esta participação padece de uma vitória?
Pedro Bettencourt: Claro porque nós somos competitivos. Nós, em teoria, não deveríamos ganhar nenhum jogo. A teoria é essa, mas a beleza do desporto é que as teorias, às vezes, vão para o lixo. Então estamos cá para isso.
Pedro Bettencourt, internacional português 02-10-2023
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro