Rodrigo Marta: «Nunca se sabe frente à Austrália o que pode acontecer»
Portugal defronta a Austrália no Campeonato do Mundo de râguebi neste domingo, dia 01 de Outubro, em Saint-Étienne, em território gaulês.
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A participação de Portugal no Mundial-2023 de râguebi, que decorre em França, é a melhor de sempre, visto que os ‘Lobos’ empataram 18-18 frente à Geórgia e alcançaram o primeiro resultado ‘positivo’, ou seja, pela primeira vez não perderam no Campeonato do Mundo.
Portugal e Geórgia ocupam os dois últimos lugares do Grupo C com 2 pontos, enquanto o País de Gales, líder com 14 pontos, já está apurado para os quartos após o triunfo diante da Austrália por 40-6.
Os australianos e os fijianos seguem com seis pontos, mas as Ilhas Fiji têm um jogo a menos, partindo em vantagem para seguirem em frente na prova, visto que apenas os dois primeiros se apuram para os quartos da competição.
Ainda faltam dois jogos a Portugal, o primeiro será já neste domingo frente à Austrália, em Saint-Étienne. Recorde-se que os australianos venceram duas vezes o Mundial, em 1991 e em 1999.
Em entrevista à RFI, Rodrigo Marta, internacional português, admitiu que houve espaços na defesa georgiana que foram aproveitados pelos ‘Lobos’, isto apesar dele estar frustrado com o empate final.
No que diz respeito ao jogo frente à Austrália, Rodrigo Marta, afirmou que tudo é possível neste Mundial.
RFI: Que análise podemos fazer do jogo frente aos georgianos?
Rodrigo Marta: Estivemos um bocadinho apagados na primeira parte. Não conseguimos sair dos nossos 22 metros. Existimos pouco na primeira parte, não tivemos muitas oportunidades, a única que tivemos marcámos um ensaio. Na segunda parte tivemos de mudar a mentalidade. O Patrice (ndr: Lagisquet, o seleccionador) disse-nos algumas palavras no intervalo. E demo-nos a 100% na segunda parte.
RFI: Foi por pouco que Portugal não venceu o jogo…
Rodrigo Marta: Sabíamos que tínhamos de agarrar esta oportunidade. Tivemos quase a ganhar o jogo e foi pena aquele último ensaio nos últimos minutos, que nos tirou a esperança, mas pronto é a primeira vez que não perdemos num Mundial. Conseguimos tirar uns pontos bons neste jogo, e outros maus.
RFI: O que nos pode dizer do seu jogo?
Rodrigo Marta: Pessoalmente estou um bocado frustrado com o meu jogo. Fiz alguns erros individuais. Mas contente pela equipa, contente pelo Raffaele Storti, que marcou dois ensaios. No fim do jogo dei-lhe um abraço.
RFI: O que terá faltado frente aos georgianos?
Rodrigo Marta: Com a Geórgia já jogámos várias vezes, já sabíamos o que eles iam propor. Acho que o mau início foi ansiedade, faltou-nos acreditar que conseguíamos competir com eles e que éramos melhores do que eles. Na segunda parte mudámos a mentalidade. Percebemos que éramos iguais a eles ou melhores. Demos a volta ao resultado e foi por muito, muito pouco.
RFI: Foi um bom resultado este empate?
Rodrigo Marta: Claro que podemos estar orgulhosos da nossa ‘performance’. Na segunda parte conseguimos acordar. O Patrice estava muito orgulhoso de nós. Estava com um sorriso na cara, o que não é todas as vezes que acontece. A parte boa é que tivemos finalmente a sensação que era possível vencer a Geórgia, uma grande potência do râguebi. Podemos estar orgulhosos apesar de não termos segurado o resultado nos últimos minutos. Não é o melhor resultado, mas podemos estar orgulhosos.
RFI: Agora o que se pode esperar do jogo frente à Austrália?
Rodrigo Marta: Um jogo no Mundial é sempre imprevisível. Se entrarmos no jogo como entramos na segunda parte frente à Geórgia, tudo é possível frente à Austrália. Se fizermos 80 minutos bons, tenho a certeza que pode acontecer alguma coisa de inesperado. O mundial serve para sonhar e nunca se sabe. Vamos a 100% para todos os jogos.
Rodrigo Marta, internacional português 25-09-2023
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