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Nações Unidas

Guterres quer que se repense o funcionamento da ONU e das suas missões de paz

O secretário-geral da ONU, António Guterres, apresentou ontem a sua «Nova Agenda para a Paz», uma série de reflexões e de recomendações compiladas após mais de um ano de inquérito junto dos 193 países-membros. Nesta agenda, destacam-se duas propostas importantes: a ONU propõe que a organização, e nomeadamente o Conselho de Segurança, seja mais proactiva e apela também a repensar as operações de manutenção da paz.

António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas.
António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas. DOMINICK REUTER / AFP
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Neste novo mundo multipolar, perante novos tipos de conflitos, mais fragmentados e liderados por actores menos identificáveis, António Guterres considera que a tarefa da ONU deve ser de apresentar uma nova bússola para seus países-membros.

Na sua "Nova Agenda para a Paz", cujas recomendações deveriam orientar as Nações Unidas para os próximos anos, o secretário-geral da ONU recomenda nomeadamente que a organização seja mais proactiva, com mais mediações, mais plataformas de discussão, numa altura em que o mundo se divide em blocos.

Trata-se de passar de uma ONU que deve resolver os conflitos para uma ONU que os previne.

É neste âmbito que António Guterres considera igualmente que é necessário repensar as missões de manutenção da paz: os capacetes azuis "contribuíram para salvar milhões de vidas", nomeadamente "ajudando a preservar cessar-fogos e a proteger civis da violência". Mas "conflitos de longa data ainda não resolvidos, encorajados por complexos factores nacionais, geopolíticos e transnacionais, bem como um desfasamento persistente entre mandatos e recursos, fizeram emergir os seus limites", reconheceu o responsável.

Este balanço surge 3 semanas depois de a ONU ter encetado a retirada da sua missão do Mali, a pedido da junta militar no poder, sendo que na RDC, as autoridades têm igualmente expressado o seu descontentamento com a missão local de manutenção da paz mandatada pelas Nações Unidas.

Para António Guterres esta situação "justifica a criação de operações de nova geração, ou seja, missões de imposição da paz e operações antiterroristas que seriam dirigidas por países africanos", com mandato do Conselho de Segurança, sendo que de forma mais lata "os conflitos se tornaram mais complexos, mortíferos e mais difíceis de resolver".

De referir que este conjunto de propostas constam de uma série de 11 documentos a serem apresentados pelo secretário-geral da ONU na perspectiva da "cimeira do futuro" em 2024.

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