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Mali

Mali pede retirada da MINUSMA

O ministro maliano dos Negócios Estrangeiros, Abdoulaye Diop, instou esta sexta-feira, 16 de Junho, o Conselho de Segurança da ONU a retirar “sem demora” a MINUSMA do Mali.

O ministro maliano dos Negócios Estrangeiros, Abdoulaye Diop, instou esta sexta-feira, 16 de Junho, o Conselho de Segurança da ONU para que retire “sem demora” a MINUSMA do Mali.
O ministro maliano dos Negócios Estrangeiros, Abdoulaye Diop, instou esta sexta-feira, 16 de Junho, o Conselho de Segurança da ONU para que retire “sem demora” a MINUSMA do Mali. AFP - SOULEYMANE AG ANARA
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Dez anos após o seu lançamento, em 2013, a missão de manutenção da paz das Nações Unidas no Mali -MINUSMA- não conseguiu, nas palavras do ministro maliano dos Negócios Estrangeiros, dar "respostas adequadas à situação de segurança no Mali". Por essa razão, Abdoulaye Diop pediu ao Conselho de Segurança da ONU para que retire “sem demora” a MINUSMA do Mali.

"O realismo impõe a constatação do fracasso do MINUSMA cujo mandato não responde ao desafio da segurança", declarou o ministro, diante dos membros do Conselho de Segurança da ONU.

O chefe da diplomacia maliana insistiu que “a MINUSMA está a alimentar as tensões comunitárias, gerando um sentimento de desconfiança nas populações e uma crise de confiança entre as autoridades malianas e a MINUSMA".

Em declarações à RFI, Jean-Hervé Jezequel, Director do Projeto Sahel da organização International Crisis Group salienta que, apesar de existirem sinais de alerta, o anúncio foi uma surpresa.

“Nós pensávamos que as autoridades malianas não iam pedir a retirada imediata da MINUSMA. A MINUSMA faz o seu trabalho, fornecendo recursos preciosos, num país mergulhado numa crise que já dura há dez anos. No entanto, há meses que as tensões aumentaram. A publicação do relatório sobre o massacre de Moura, há algumas semanas, veio acentuar as tensões”, salientou.

Jean-Hervé Jezequel constata que a decisão maliana vai ao encontro da politica que as autoridades de transição escolherem nos últimos tempos.

“Nos últimos dois anos, as autoridades malianas pediram a retirada da Força Barkane, da operação europeia Tacuba. O Mali retirou-se do G5 Sahel. A MINUSMA era a última força presente. E agora são eles que impõem a sua escolha”, nota.

O Conselho de Segurança da ONU deve decidir no próximo dia 29 de Junho a renovação do mandato da MINUSMA, que termina no final do mês.

Esta semana, o secretário-geral da ONU, António Guterres, veio defender uma reconfiguração da MINUSMA, uma posição favorável aos países da região. No entanto, a reunião desta sexta-feira mostrou, mais uma vez, as divisões dentro do Conselho de Segurança da ONU.

Vários países -França, Estados Unidos, Reino Unido- deram o seu apoio para a continuidade da MINUSMA. Também Moçambique, Gana e o Gabão, os três países africanos membros do Conselho de Segurança, defenderam que uma estreita cooperação com as autoridades malianas é “essencial para consolidar os progressos rumo a uma paz duradoura”.

Mas a Rússia, que tem direito de veto no Conselho, apoiou as autoridades do Mali. "Acreditamos que qualquer proposta aqui deve ser baseada na opinião do país anfitrião", disse o embaixador russo Vasily Nebenzia.

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