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Ucrânia

Zelensky desloca-se à Turquia para evocar acordo sobre cereais

O Presidente Zelensky desloca-se hoje à Turquia, em vésperas do 500° dia da invasão russa da Ucrânia e a poucos dias da cimeira da NATO, nos dias 11 e 12 de Julho. Trata-se da primeira visita do Presidente ucraniano à Turquia desde Fevereiro de 2022. Durante esta deslocação, de acordo com a imprensa pro-governamental turca, Zelensky deveria evocar com Recep Erdogan a questão do acordo sobre os cereais ucranianos que a Rússia ameaça não reconduzir.

Volodymyr Zelensky, Presidente da Ucrânia.
Volodymyr Zelensky, Presidente da Ucrânia. AFP - DANIEL LEAL
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No âmbito da digressão que tem efectuado na parte oriental da Europa, Volodymyr Zelensky efectua uma paragem esta sexta-feira em Bratislava e segue depois rumo à sua última etapa na Turquia, durante a qual o acordo sobre os cereais alcançado em Julho de 2022 sob mediação turca deveria estar na ementa. Com efeito, nestes últimos dias a Rússia tem reiterado que "não vê nenhum motivo" para reconduzir o acordo que deve chegar ao prazo-limite no dia 17 de Julho, ou seja dentro de uma dezena de dias.

Moscovo que se queixa de entraves ao cumprimento de um acordo assinado com a ONU sobre a exportação dos seus adubos, também reclama por outro lado a possibilidade de um dos seus bancos aceder ao sistema internacional de transferências SWIFT. Um último aspecto sobre o qual, vários órgãos de imprensa afirmam que a União Europeia estaria a reflectir.

Neste sentido, o Kremlin indicou hoje que iria acompanhar "de muito perto" as discussões do Presidente ucraniano com o seu homólogo turco, garantindo por outro lado que "iria manter a sua parceria construtiva com Ancara", cuja mediação não deixou de saudar.

Zelensky reclama "honestidade" à NATO

Esta deslocação de Zelensky acontece igualmente a poucos dias da cimeira da NATO em Vilnius, na Lituânia, nos dias 11 e 12 de Julho. Na ementa das conversações vai estar o pedido de adesão da Suécia que continua até ao momento a ser vetado pela Turquia. Também em cima da mesa vai estar a posição comum a ser adoptada relativamente à Ucrânia.

Ainda ontem, aquando da sua passagem por Praga, o Presidente ucraniano disse esperar um "sinal claro" de que o seu país iria aderir à NATO. "A Ucrânia não recebeu convite sob nenhuma forma", declarou Zelensky considerando que Kiev precisa de honestidade" nas duas relações com a NATO e que "é necessário demonstrar a força e a unidade da aliança". Sem entrar em pormenores, o Secretário-geral da NATO, afirmou hoje que a cimeira reafirmaria que a Ucrânia iria tornar-se membro da aliança.

Referindo-se à situação no terreno e ao contra-ataque ucraniano, Zelensky reconheceu que "a ofensiva não é rápida" mas que "os ucranianos avançam, não recuam, contrariamente aos russos". O chefe de Estado ucraniano não deixou igualmente de mencionar hoje que considerava "difícil" combater a Rússia se Kiev não recebesse armas de longo alcance e que isto "apenas depende" dos Estados Unidos.

O exército ucraniano afirma continuar a sua progressão

Nesta sexta-feira, o exército ucraniano indicou ter avançado mais de um quilómetro nestas últimas 24 horas nas imediações de Bakhmut, no leste do país. Apesar de não ser considerada estratégica, esta cidade outrora com 50 mil habitantes que hoje está integralmente destruída, constitui um símbolo para Kiev e Moscovo, dado que foi palco de intensos combates durante longos meses até cair nas mãos dos russos, designadamente com a intervenção do grupo paramilitar Wagner.

Noutra frente, em Lviv, no oeste da Ucrânia, onde ocorreram bombardeamentos russos na noite de quarta para quinta-feira, o autarca local anunciou hoje que o balanço das vítimas aumentou para 10 mortos e 42 feridos, entre os quais 3 crianças.

Relativamente à central nuclear de Zaporijia, onde os ucranianos afirmam que os russos colocaram engenhos explosivos, enquanto Moscovo acusa Kiev de estar a preparar um "acto subversivo" no recinto, a Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA) diz "estar a fazer progressos".

Em declarações à imprensa hoje à margem de uma visita em Tóquio, Rafael Grossi, director-geral da AIEA, indicou que os inspectores da agência tinham visitado vários pontos da central actualmente sob controlo russo, nomeadamente as piscinas de arrefecimento, mas que ainda não tinham tido acesso aos telhados, zona onde os ucranianos afirmam que os russos colocaram explosivos. Rafael Grossi mostrou-se todavia convicto de que os inspectores iriam obter a autorização de chegar àquela zona da central que, recorde-se, é a maior da Europa.

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