Acesso ao principal conteúdo
Cuba

Presidente cubano reeleito para último mandato

O chefe de Estado cubano foi reeleito esta quarta-feira, 19 de Abril, para um segundo e último mandato. Miguel Diaz-Canel obteve 97,66% dos votos dos 470 deputados da Assembleia Nacional, num país onde a oposição é ilegal.

O chefe de Estado cubano, Miguel Diaz-Canel, foi reeleito  para um segundo e último mandato, obtendo 97,66% dos votos dos 470 deputados da Assembleia Nacional, num país onde a oposição é ilegal.
O chefe de Estado cubano, Miguel Diaz-Canel, foi reeleito para um segundo e último mandato, obtendo 97,66% dos votos dos 470 deputados da Assembleia Nacional, num país onde a oposição é ilegal. REUTERS - ALEXANDRE MENEGHINI
Publicidade

Miguel Díaz-Canel, de 62 anos, foi reeleito para dirigir os destinos da ilha comunista cubana, prometendo "resolver os problemas de ineficiência" do país, que atravessa a pior crise económica das últimas três décadas. A candidatura única de Miguel Díaz-Canel obteve 97,66% dos votos dos 470 deputados à Assembleia Nacional, num país onde a oposição é ilegal. No total, 459 deputados votaram a favor dos 462 presentes no hemiciclo.

“Diante dos resultados anunciados, declaro Miguel Mario Diaz-Canel Bermudez Presidente da República”, declarou Esteban Lazo, presidente da Assembleia Nacional na presença de Raul Castro, 92.

Vestido com seu tradicional uniforme militar, Raul Castro cumprimentou o Presidente reeleito com um aperto de mão.

Durante a sessão parlamentar, à qual teve apenas acesso a imprensa estatal, o Parlamento reelegeu o presidente, Esteban Lazo, e o vice-presidentes Ana Maria Mari Machado e Salvador Valdes Mesa.

No discurso de tomada de posse, Miguel Diaz-Canel, que também é o primeiro secretário do Partido Comunista Cubano desde 2021, exortou o gabinete a "resolver os problemas de ineficiência" do país, de forma a "aumentar a oferta de bens e serviços para controlar a inflação”.

O Presidente reeleito criticou “a burocracia e a corrupção”, lembrando que estes flagelos travam o progresso do país que vive em “profunda dificuldade”.

Miguel Díaz-Canel foi, em 2018, o primeiro civil a assumir as rédeas do país, após as presidências dos irmãos Fidel, com o desafio de acelerar a lenta reforma económica iniciada pelo antecessor e mentor político Raul Castro.

Todavia, Díaz-Canel não conseguiu conter a crise que Cuba atravessa desde 2018, a pior das últimas três décadas. A ilha enfrenta escassez de alimentos, remédios e combustível, devido ao embargo americano em vigor desde 1962 e as consequências da pandemia de Covid-19.

Para tentar contrariar a crise económica, em 2021, o chefe de Estado tenta implementar uma reforma monetária, acabando com a taxa de um dólar para o peso cubano que prevaleceu por décadas, mas que causou distorções significativas na economia nacional.

Miguel Díaz-Canel incentivou o trabalho independente e autorizou as pequenas e Medias Empresas, mas as medidas mostraram-se insuficientes para melhorar o sector económico.

A reforma monetária provocou um aumento da infalcção e uma forte desvalorização do peso, gerando forte descontentamento na população. A moeda cubana passou em dois anos de 24 para 120 pesos por um dólar à taxa oficial, enquanto no mercado negro é cotada a 185 pesos por um dólar.

Para o opositor Manuel Cuesta, a “prova” da “reeleição” de Miguel Díaz-Canel surge “no meio de uma dupla crise económica: a do modelo e a dos poderes políticos estatais responsáveis ​​por encontrar soluções adequadas”.

Em 2022 mais de 300 mil cubanos deixaram a ilha para fugir à crise económica.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe toda a actualidade internacional fazendo download da aplicação RFI

Partilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual pretende aceder não existe ou já não está disponível.