O ditador cubano Raúl Castro deixa liderança do PC a Miguel Díaz-Canel Bermúdez
Raúl Castro deixou hoje a liderança do Partido comunista cubano, ao Presidente Miguel Díaz-Canel Bermúdez, novo líder do partido único no poder. Um momento histórico após décadas de poder dos irmãos Castro, mas, no entanto, pouco deverá mudar na ilha das Caraíbas.
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Foi seu último dia à frente do Partido comunista cubano! Raúl Castro, 89 anos, passou hoje a liderança do partido ao Presidente Miguel Díaz-Canel Bermúdez, de 60 anos.
O Partido comunista cubano, elegeu hoje o presidente, Miguel Diaz-Canel Bermúdez, como seu novo primeiro secretário, substituindo Raúl Castro. Uma eleição no fim do 8° Congresso do Partido que vinha decorrendo em Havana desde sexta-feira.
É um momento histórico após 60 anos de poder dos irmãos Castro, primeiro Fidel, morto em 2016 e agora Raúl, que hoje partiu para a reforma.
Na sexta-feira, altura da abertura do 8° Congresso do partido comunista de Cuba, Raúl Castro, declarou ter a "a satisfação em saber que entrega a direcção do país a um grupo de dirigentes preparados que defendem os princípios da Revolução e do socialismo".
O Presidente Miguel Díaz-Canel Bermúdez, assume a liderança do Partido como primeiro secretário do Partido único, posto mais importante em Cuba, um dos 5 últimos países comunistas no mundo, com a China, Vietname, Laos e Coreia do Norte.
Esta passagem de testemunho sob o lema da continuidade acontece num momento crítico para Cuba, mergulhada na sua pior crise económica dos últimos 30 anos sob o efeito da pandemia do coronavírus e ainda o embargo americano imposto em 1962.
Uma mudança de geração é indispensável
Para John Kavulich, Presidente do Conselho económico e comercial Estados Unidos/Cuba, uma mudança de geração é indispensável pois a idade acumulada dos três dirigentes mais importantes do partido comunista cubano, aproxima-se dos 300 anos.
Uma mudança de mentalidades também é necessária numa população que só conheceu a ditatura dos Castro e que não sabe o que é viver em liberdade.
A maioria dos cubanos está cansada de viver na miséria, sem liberdade de imprensa e onde os mais críticos estão na prisão, foram assassinados pela ditadura ou fugiram para os Estados Unidos.
Esta mudança é histórica mas ninguém sabe se Miguel Díaz-Canel Bermúdez, vai abrir o país ao pluralismo político e de ideias com uma imprensa livre e eleições livres e democráticas. A ver vamos!
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