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EUA / China

EUA avançam peões na Ásia Central e tornam a acusar a China de querer apoiar a Rússia

Os Estados Unidos voltaram este fim-de-semana a tecer advertências à China no caso de decidir apoiar militarmente a Rússia, uma intenção desmentida com veemência por Pequim nestes últimos dias. Isto acontece numa altura em que o Secretário de Estado americano, Antony Blinken, se desloca a partir de amanhã à Ásia Central, no intuito de reforçar a influência dos Estados Unidos numa região historicamente sob influência russa e chinesa.

O secretário de Estado americano Antony Blinken (à esquerda) e o chefe da diplomacia chinesa Wang Yi (à direita), em Munique no dia 18 de Fevereiro de 2023.
O secretário de Estado americano Antony Blinken (à esquerda) e o chefe da diplomacia chinesa Wang Yi (à direita), em Munique no dia 18 de Fevereiro de 2023. © Petr David Josek & Wolfgang Rattay/Reuters - Montagem RFI
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Depois de participar nesta segunda-feira na abertura da 52ª sessão do Conselho dos Direitos do Homem em Genebra, Antony Blinken avista-se amanhã em Astana, capital do Cazaquistão, com os seus homólogos das 5 antigas repúblicas soviéticas da região, ou seja o país anfitrião, o Uzbequistão, o Tadjiquistão, o Quirguistão e o Turquemenistão, países que se abstiveram durante o voto da resolução da ONU condenando a ofensiva russa na Ucrânia.

O intuito para o chefe da diplomacia americana é jogar a carta do "parceiro de confiança", capaz de oferecer uma alternativa em termos de aliança, comparativamente à China e à Rússia, os países com os quais têm historicamente mais elos.

A abertura desta nova frente diplomática coincide com as acusações insistentes de Washington contra Pequim sobre a sua alegada intenção de ir além da simples entrega de material não letal à Rússia. Apesar dos contínuos desmentidos da China e apesar de este país ter apresentado na semana passada um plano de paz para a guerra na Ucrânia, tem predominado o cepticismo do lado dos Estados Unidos.

Ainda ontem, William Burns, chefe da CIA, declarou que os seus serviços estão "convencidos de que os dirigentes chineses encaram a possibilidade de entregar material letal" à Rússia, muito embora este responsável reconheça que "não se constatou que uma decisão definitiva tenha sido tomada" nem "se deu conta de provas de que tenham entregado" armas à Rússia.

Também este domingo, em declarações à CNN, o conselheiro da Casa Branca para a segurança nacional, Jake Sullivan, tornou a vincar que os Estados Unidos iriam permanecer "vigilantes" sobre este aspecto e avisou que o fornecimento de armas à Rússia pela China, implicaria "verdadeiros custos" para este país, sem contudo especificar quais. Hoje foi a vez de a ministra francesa dos Negócios Estrangeiros, Catherine Colonna, incitar a China à "prudência".

Neste fim-de-semana, órgãos de comunicação social como o 'Wall Street Journal' e o canal televisivo 'NBC', afirmaram que a China poderia passar a entregar drones e munições ao seu grande aliado, sendo que já na sexta-feira o jornal alemão 'Der Spiegel' também fez revelações do mesmo teor, sem contudo citar fontes.

Refira-se entretanto, noutra frente, que o embaixador chinês junto da União Europeia declarou ontem que a Presidente da Comissão Europeia, Ursula Von Der Leyen, e o Presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, estão a preparar uma deslocação à China durante este primeiro semestre. Ambos os dirigentes têm criticado o posicionamento de neutralidade assumido pela China relativamente ao conflito na Ucrânia. Uma irritação europeia "totalmente irracional" do ponto de vista de Pequim.

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