Ocean Viking à procura de um porto de desembarque

O barco humánitario Ocean Viking, com 234 migrantes a bordo, continua a navegar em águas mediterrânicas, à espera de um porto de acolhimento. Entretanto, a disputa diplomática entre França e Italia perdura, para saber quem irá acolher o navio.

Migrantes a bordo do Ocean Viking, no canal da Sicília, no dia 5 de novembro de 2022. AP - Vincenzo Circosta

Depois de 18 dias em alto mar e a recusa de acolhimento pelas autoridades de Roma, os 234 migrantes do Ocean Viking navegam atualmente rumo a França, na esperança de um desembarque. 

Olivier Véran, porta-voz do governo francês, lembrou as responsabilidades da Itália", afirmando que o país "beneficia de um mecanismo de solidariedade financeiro europeu". 

"A recusa de deixar este barco aproximar-se da costa contraria todas as regras europeias aceites pelo conjunto dos países da União e é inaceitável !", denunciou Olivier Véran.

Giorgia Meloni, primeira-ministra italiana de extrema-direita recentemente eleita, não deu a cara, limitando-se a publicar um comunicado, na terça-feira, em que agradecia ao vizinho francês pelo acolhimento dos migrantes. 

Mas esse acolhimento nunca foi oficializado por Paris, e face à situaçao de emergência, a diretora da SOS Mediterranee, Sophie Beau lançou mais um apelo.

"Repito este apelo feito à França por forma a que as autoridades marítimas francesas nos designem um porto seguro de imediato. Não é pura e simplesmente possível continuarmos sem perspectiva para o nosso barco e ficarmos a aguardar mais tempo !"

📢COMMUNIQUE DE PRESSE : face au silence de l'#Italie, nous exhortons les autorités maritimes françaises à assigner un port pour débarquer les 234 rescapé.e.s de l'#OceanViking.

"La situation à bord a atteint un seuil critique", alerte Sophie Beau, directrice de @SOSMedFrance 👇 pic.twitter.com/8SLoaVItM1

— SOS MEDITERRANEE France (@SOSMedFrance) November 8, 2022

Na quinta-feira, a ilha da Corsega declarou-se pronta para acolher os migrantes do Ocean Viking, se necessario. A autorizaçao devera passar, ainda assim, pelo governo francês.