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Ucrânia

Situação humanitária de Mariupol é qualificada de "catastrófica"

No 33° dia de ofensiva da Rússia na Ucrânia, os delegados ucranianos e russos são esperados hoje em Istambul para o arranque de uma nova ronda de negociações desta vez de forma presencial, depois de duas semanas de discussões por videoconferência que segundo as próprias partes não deram resultados concretos.

Um soldado russo vigia habitantes de Mariupol que fazem fila para receber ajuda humanitária, no dia 23 de Março de 2022.
Um soldado russo vigia habitantes de Mariupol que fazem fila para receber ajuda humanitária, no dia 23 de Março de 2022. © REUTERS/Alexander Ermochenko
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Enquanto isso, no terreno, a violência continua. De acordo com as autoridades ucranianas, fortes explosões foram sentidas em Kiev, Kharkiv e Zhytomyr, a situação da cidade de Mariupol, no sul, sendo qualificada de "catastrófica".

As autoridades locais de Mariupol consideraram ontem que a situação nesta cidade que está sob fogo constante da Rússia há largas semanas é "catastrófica" e disseram recear um agravamento da situação humanitária. O autarca desta cidade do sul do país estimou que 160 mil pessoas se encontram lá bloqueadas e que elas precisam de ser todas evacuadas quanto antes, dado que não têm acesso a praticamente nada. 

Mas, segundo acrescenta Vadim Boichenko, os 26 autocarros que estariam à espera de poder fazer sair os habitantes da localidade não podem avançar dado que as forças russas recusam garantir a segurança das evacuações. Kiev aliás indicou hoje desistir de todos os corredores de evacuação de civis nesta segunda-feira por receio de "provocações" russas.

Em declarações à imprensa neste domingo, o Presidente Zelensky não só denunciou esta situação como acusou os militares russos de ter levado à força cerca de 2 mil crianças para a Rússia. Trata-se de "raptos", esclareceu o chefe de Estado, dado que "não se sabe exactamente onde estão".

Paralelamente, as autoridades ucranianas deram também conta de novos incêndios nas imediações da central nuclear de Chernobyl, zona ocupada pelos russos. "Fogos importantes começaram numa zona de exclusão, o que pode ter sérias consequências", indicou Kiev reclamando que essa área seja "desmilitarizada" sob a égide da ONU, de modo a poder apagar os incêndios.

É neste contexto que deve formalmente começar hoje uma nova ronda de conversações entre russos e ucranianos em Istambul, desta vez em modo presencial depois de duas semanas de diálogo à distância. Ainda ontem o Presidente Zelensky declarou-se disposto a negociar um estatuto de neutralidade do seu país, ou seja uma não-adesão à NATO, desde que a integridade territorial da Ucrânia seja respeitada. Por seu lado, a Rússia que reclama precisamente a neutralidade do seu vizinho mas igualmente a tutela sobre a Crimeia e a independência dos territórios do Donbass, mostra-se circunspecta quanto aos potenciais resultados dessas conversações, dado que segundo o Kremlin "não houve avanços significativos" nos últimos dias.

Comentando as declarações de Joe Biden que no sábado tratou Putin de "carniceiro", o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, qualificou-as de "alarmantes" e disse que Moscovo iria continuar a "acompanhar com muita atenção as palavras do Presidente americano".

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