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Ucrânia

Chefe da diplomacia da Ucrânia apela ao boicote dos supermercados Auchan

O Ministro do negócios estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba apelou hoje ao boicote da cadeia de supermercados Auchan, depois de o director da rede de distribuição internacional desta empresa francesa, Yves Claude, ter anunciado hoje numa entrevista ao semanário ‘Journal du Dimanche’ ter decidido manter as suas actividades na Rússia.

Habitantes de Moscovo à frente de um centro comercial onde se encontra um supermercado da rede francesa Auchan no passado dia 24 de Março de 2022 na capital russa.
Habitantes de Moscovo à frente de um centro comercial onde se encontra um supermercado da rede francesa Auchan no passado dia 24 de Março de 2022 na capital russa. AFP - NATALIA KOLESNIKOVA
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“Partir seria equacionável economicamente, mas não do ponto de vista humano” explicou o dirigente da Auchan argumentando que esta decisão seria contraproducente e que prefere “contribuir, em período de forte inflação, para a protecção do poder de compra da população” deste país onde a empresa está presente hà 20 anos com 30 mil empregados e realiza 10% das suas receitas mundiais.

“Aparentemente as perdas de postos de trabalho na Rússia mais importantes do que os mortos na Ucrânia” escreveu na rede Twitter o chefe da diplomacia da Ucrânia antes de acrescentar que "se a Auchan ignora as 139 crianças ucranianas assassinadas durante este mês de invasão russa, então ignoremos a Auchan e todos os seus produtos", ao apelar a um "boicote" das ​​lojas Auchan, bem como à Leroy-Merlin e Decathlon pertencentes ao mesmo grupo.

Desde o início da ofensiva russa na Ucrânia há mais de um mês, as empresas estrangeiras presentes na Rússia têm sido pressionadas para abandonar as suas actividades naquele país e deixarem de “alimentar a sua máquina de guerra”.

Este foi o argumento utilizado na quarta-feira pelo Presidente ucraniano na passada quarta-feira quando ao dirigir-se aos parlamentares franceses instou as empresas gaulesas e designadamente a Auchan mas igualmente a Renault a ‘saírem’ da Rússia.

A construtora francesa de veículos que até então tinha decidido manter-se na Rússia anunciou no próprio dia que suspendia as actividades na sua fábrica de Moscovo e que iria avaliar a sua participação no grupo automóvel russa Avtovaz. A Rússia constitui o segundo mercado do grupo Renault a nível mundial, logo a seguir à Europa, com cerca de 500 mil veículos vendidos no ano passado.

Igualmente sob pressão tem estado a petrolífera francesa Total que se mantém ainda na Rússia, argumentando que só vai sair do país no final do ano, depois caducarem no próximo dia 31 de Dezembro todos os seus contratos de compra de hidrocarbonetos russos.

Já a construtora francesa Saint-Gobain que emprega 1.500 pessoas na Rússia, a Danone com 8.000 trabalhadores e o banco Société Générale com 12.000 funcionários igualmente naquele país, informaram já que não tencionam saír da Rússia, contrariamente ao que sucedeu com os grupos de luxo LVMH, Kering, Chanel e Hermès que suspenderam as suas actividades no mercado russo depois do início da ofensiva na Ucrânia.

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