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Rússia

Rússia: mais de 5 mil detenções durante novas manifestações pró-Navalny

Milhares de apoiantes de Alexeï Navalny realizaram ontem a sua segunda manifestação desde o regresso à Rússia no passado dia 17 de Janeiro e subsequente detenção do líder de oposição. Durante esta manifestação realizada em vários pontos do país para exigir a libertação de Navalny, a polícia procedeu a mais de 5.200 detenções, nomeadamente mais de 1.700 em Moscovo, a capital, segundo indicou a ONG russa OVD-Info.

As forças da ordem russas procederam ontem à detenção de mais de 1.700 pessoas em Moscovo, a capital.
As forças da ordem russas procederam ontem à detenção de mais de 1.700 pessoas em Moscovo, a capital. AP - Dmitri Lovetsky
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O recorde da semana passada - mais de 4.000 detenções - foi ultrapassado. Para além de Moscovo e São Petersburgo, mais de 80 outros pontos do país foram palco ontem de manifestações, por vezes em condições extremas com temperaturas de 30 a 40 graus negativos, reprimidas na violência pela polícia, com o Kremlin a considerar estas marchas de "ilegais".

Perante esta situação, as reacções não se fizeram esperar. O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell lamentou no Twitter “as prisões em massa” e o “uso desproporcional da força” contra manifestantes e jornalistas. “A Rússia deve respeitar seus compromissos internacionais”, acrescentou. No mesmo sentido, o Secretário de Estado americano, Anthony Blinken, denunciou as "tácticas brutais" da polícia contra os "manifestantes pacíficos", a diplomacia russa denunciando por sua vez a "grosseira interferência dos Estados Unidos nos seus assuntos internos".

Também indignada, a França pela voz do seu Secretário de Estado para os Assuntos Europeus, Clément Beaune, apelou a Alemanha a abandonar o seu projecto de gasoduto Nord Stream 2 com a Rússia em reacção ao tratamento reservado ao opositor Alexeï Navalny e seus apoiantes. Entrevistado esta manhã na rádio pública francesa, este responsável declarou: “Sempre dissemos que tínhamos as maiores dúvidas sobre este projecto neste contexto”.

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Clément Beaune, secretário de Estado dos assuntos europeus, em declarações à France Inter

De referir que dias antes destas marchas, durante a semana passada, as autoridades já tinhm efectuado buscas e detenções nos circuitos de oposição. Várias figuras ligadas a Navalny foram colocadas em prisão domiciliar. Pressões foram igualmente exercidas sobre estudantes que receberam mensagens ameaçando-os de expulsão das suas respectivas universidades no caso de irem manifestar. Ameaças desta mesma natureza foram proferidas contra funcionários públicos.

"Não tenham medo", escreveu por seu turno Alexeï Navalny numa carta publicada na Internet, o líder de oposição tendo igualmente apelado os seus partidários a apoiá-lo nos dois processos pendentes contra ele, uma primeira audiência devendo decorrer já esta Terça-feira.

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