Desmilitarização da Renamo "é meio caminho" para um Estado de direito
O investigador do Observatório do Meio Rural, João Feijó, disse à agência de notícias Lusa que a desmilitarização da Renamo “é meio caminho andado” para o país se edificar, sublinhado que a outra metade passa pela "despartidarização do Estado".
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O encerramento da última base da Renamo, principal partido da oposição em Moçambique, “é muito bom”, admitiu o investigador do Observatório do Meio Rural, João Feijó à agência de notícias Lusa.
“É muito bom, muito bom que a Renamo se desmilitarize. É meio caminho andado para edificarmos um Estado de direito”, disse.
O investigador do Observatório do Meio Rural defendeu que o país não pode ter” uma Constituição que funcione com grupos armados no mato a fazer chantagem ao Governo, a cada vez que uma coisa não lhes agrada”.
João Feijó reconhece que metade do caminho está feito, salientando, que falta agora despartidarizar o Estado e as instituições moçambicanas.
“O STAE [Secretariado técnico de Administração Eleitoral] tem de ser despartidarizado, a CNE [Comissão nacional Eleitoral] também tem de ser profissionalizada. Temos de ter instituições que funcionem", notou.
O investigador moçambicano alerta ainda para os escândalos de manipulação no processo eleitoral, instando a Procuradoria-Geral da República-PGR- a agir.
“Todos estes escândalos de manipulação no processo de recenseamento eleitoral devem ser investigados e as pessoas envolvidas devem ser suspensas. A PGR deve imediatamente agir. Agora é essa parte que falta”, conclui.
A última base da Renamo foi encerrada em Vanduzi, distrito de Gorongosa, na província central de Sofala, na semana passada, mais de 30 anos depois do fim da guerra civil. O encerramento da 16.ª base da Renamo integra-se no âmbito do Acordo de Maputo para a Paz e Reconciliação Nacional, assinado em Agosto de 2019 pelo Presidente Filipe Nyusi e o o líder da Renamo, Ossufo Momade.
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