Juiz manda deter ministro dos transportes da Guiné Bissau e governo promete resposta
Um juiz da Guiné-Bissau mandou deter o ministro dos Transportes e Telecomunicações do país, Jorge Mandinga, por suspeita de obstrução à aplicação da lei num caso relativo à apreensão de um navio da empresa Maersk Line.
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O juiz Alberto Leão Carlos emitiu a ordem desde segunda-feira, através de um despacho tornado publico na terça-feira.
O ministro em causa, Jorge Mandinga, não foi detido.
O Governo vai reagir sobre a polêmica, através de um comunicado, que será publicado na quarta-feira.
O imbróglio foi despoletado quando o ministro Mandinga mandou soltar um navio de uma empresa internacional de transporte de cargas que tinha sido apreendido por ordens do juiz Leão Carlos.
O juiz acusa o ministro de prática de “crime de obstrução da justiça e desobediência” à lei.
Além do ministro dos Transportes e Telecomunicações, o juiz Leão Carlos acusa ainda os advogados da empresa em questão de crime de obstrução à justiça e suborno.
Também acusa a Autoridade Marítima Portuária de coautoria material a partir do momento em que aceitou a ordem do ministro para soltar o navio.
O ministro teria também ele recebido, supostamente, uma ordem ilegal do primeiro-ministro, Nuno Nabian, lê-se no despacho.
O juiz não diz de forma clara qual era a infração que o navio tinha praticado, apenas salienta que fez tudo no sentido de “zelar pelos superiores interesses do país em matéria de cooperação e colaboração com os tradicionais parceiros” internacionais.
Os advogados da empresa prometem dar uma conferência de imprensa ainda esta tarde.
De Bissau, o nosso correspondente, Mussá Baldé.
Correspondência de Mussa Baldé do dia 25 de Agosto de 2020
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