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Advogado do antigo Secretário de Estado do Tesouro da Guiné-Bissau denuncia "prisão ilegal"

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Encontra-se detido desde ontem em Bissau o antigo Secretário de Estado do Tesouro da Guiné-Bissau, Suleimane Seidi, desconhecendo-se para já as acusações que pesam sobre ele. Após ter sido questionado sobre uma viatura de funções que ele refere ter entregado ao Ministro da Justiça, uma indicação que terà sido confirmada às autoridades pelo próprio Iaiá Djaló, não existem motivos para Suleimane Seidi permanecer sob custódia da polícia, segundo o seu advogado, Suleimane Cassamá, para o qual se trata de uma detenção ilegal.

Suleimane Seidi, antigo Secretário de Estado do Tesouro da Guiné-Bissau.
Suleimane Seidi, antigo Secretário de Estado do Tesouro da Guiné-Bissau. © facebook.com
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Ilegal também foi do ponto de vista do advogado, a detenção temporária no passado fim-de-semana de outro membro do PAIGC, Malam Bacai Sanhá Júnior, que foi interceptado pela polícia quando estava a viajar para Ziguinchor, no Senegal, por motivos familiares. Uma ocorrência que constitui do ponto de vista do seu partido "um atentado monstruoso" às liberdades e que se segue a outras detenções, nomeadamente a do empresário e deputado do PAIGC, Armando Correia Dias, em finais do passado mês de Junho.

Ao referir-se a estes casos, Suleimane Cassamá considera que se trata de perseguição política e no caso particular de Suleimane Seidi, o advogado dá conta da sua incompreensão e refere suspeitar que por detrás desta detenção poderia estar um contencioso com o Ministro do Interior, Botché Candê.

"Tem a ver com dinheiro, cerca de um bilião de Francos CFA, que ele (Botché Candê) pediu emprestado ao Tesouro Público e que depois não devolveu, nem justificou. Na altura, ele era Secretário para os Assuntos de Peregrinação. Como Suleimane Seidi era Secretário de Estado do Tesouro, ele encetou diligências no sentido de se saber quando é que o Botché Candê ia devolver o dinheiro em causa. Botché Candê recebeu depois o dinheiro que lhe tinha sido prometido pela Arábia Saudita e não o colocou à disposição do Estado. Portanto, essa situação, para nós, está de facto na origem desta detenção", declara Suleimane Cassamá.

Ao referir que já informou a ONU sobre esta situação no intuito de interceder pelo seu cliente, o advogado considera ainda que "se está a viver num momento em que o próprio Estado, através do Ministério do Interior, é a estrutura exclusiva que está a cometer essas violações. Ao invés de ser o protector dos direitos fundamentais dos cidadãos, transformou-se no principal violador desses direitos", conclui Suleimane Cassamá.

 

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