COP 28: CPLP debate limpeza da atmosfera
Decorreu este domingo, 10 de Dezembro, no pavilhão de Angola na COP 28, no Dubai, uma sessão coordenada pela CPLP sobre a limpeza da atmosfera. Trata-se de mais um passo do bloco lusófono para a introdução do “Clima Estável como Património Comum da Humanidade”, na agenda da COP 30, que deve acontecer no Brasil.
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Teve lugar esta manhã o evento intitulado “É possível limpar a atmosfera?”, organizado pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e apresentado por Paulo Magalhães , investigador da Universidade do Porto e director executivo da Casa Comum da Humanidade. Em cima da mesa, o problema do CO2 acumulado na atmosfera.
Na presença de representantes dos países da CPLP, o investigador da Universidade do Porto explicou a diferença entre fluxo e stock, denunciando que os objectivos do Acordo de Paris, COP 21 de 2015, apenas dizem respeito às actuais emissões de gases com efeito de estufa - fluxos. Para responder à urgência climática, Paulo Magalhães sublinha a necessidade de se olhar para o stock, a acumulação de CO2 na atmosfera, emitidos no passado, até ao Acordo de Paris.
Para que esta solução seja efectiva, o sistema climático, o clima, tem de ter um estatuto jurídico e ser considerado património comum da humanidade. Possibilitando assim direitos e obrigações resultantes das remoções e emissões de CO2, respectivamente.
Em Angola, no Lubango, em Abril passado, os ministro do Ambiente dos países da CPLP comprometeram-se a “considerar a possibilidade de acolher as diferentes percepções dos Estados Membros e dos seus parceiros num debate sobre o tema “Clima Estável como Património Comum da Humanidade”, pode ler-se no artigo 13° da Declaração do Lubango.
O objectivo é a introdução na agenda da COP 30, prevista para o Brasil em 2025, do “Clima Estável como Património Comum da Humanidade”, tal como referiu à RFI Adelino Rosa Cardoso, Ministro das Infra-estruturas, Recursos Naturais e Meio Ambiente de São Tomé e Príncipe e actual Presidente da CPLP para o Ambiente:
São Tomé e Príncipe elegeu a ‘Juventude e Sustentabilidade’ como prioridades da presidência da CPLP. A presidência da CPLP vai olhar para clima e para os investimentos virados para a juventude e acção climática e, sobretudo, que haja uma justiça ambiental.
A Declaração do Lubango leva-nos a um compromisso enorme enquanto presidência da CPLP, estamos empenhados precisamente no artigo 13°, que se cumpra na íntegra e que nossos países possam conhecer os melhores dias da acção climática.
Temos de ir conversando com os outros países de maneira a chegarmos ao Brasil e levarmos a nossa voz, apresentando a limpeza do planeta, que é necessário para o futuro dos nossos jovens.
A Conferência das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (UNFCCC, na sigla original) arrancou a 30 de Novembro e estende-se até 12 de Dezembro, no Dubai, principal cidade dos Emirados Árabes Unidos.
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