Multiplicam-se as críticas a Israel após intervenção na Mesquita de Al-Aqsa
Multiplicam-se as críticas a Israel após intervenção da polícia israelita na Mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém, em pleno mês de Ramadão. Telavive justifica a acção com elementos radicais descaracterizados entre os fiéis. António Guterres diz-se “chocado e horrorizado” com a violência.
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O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, está “chocado e horrorizado” com a “violência” das forças de segurança israelitas na Mesquita Al-Aqsa, em Jerusalém.
Stéphane Dujarric porta-voz de Guterres sublinhou que "o secretário-geral está chocado e horrorizado com as imagens que viu de violência e espancamentos por parte das forças de segurança israelitas", sublinhando que este "momento do calendário, sagrado para os judeus, cristãos e muçulmanos, deve ser um momento de paz e não de violência”, "os locais de culto devem ser usados apenas para práticas religiosas pacíficas".
A polícia anti-motim israelita entrou, na madrugada de terça para quarta-feira, na mesquita de Al-Aqsa e, segundo imagens publicadas nas redes sociais, carregou indiscriminadamente contra os fiéis muçulmanos. Da operação resultaram mais de uma dezena feridos e cerca de 400 detidos.
Telavive justifica a acção. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu garante que as forças de segurança foram obrigadas a agir para restabelecer a ordem" face aos “extremistas”. A polícia israelita divulgou um vídeo mostrando explosões e, provavelmente, tiros de fogo-de-artifício no local de culto.
De novo esta quarta-feira, uma multidão de fiéis reuniu-se à volta da mesquita para as rezas nocturnas do Ramadão e a polícia israelita alegando a presença de “dezenas de radicais” acabou por dispersar os muçulmanos e bloqueou o acesso ao local.
A Casa Branca mostra-se “extremamente preocupada” e pediu “às partes para evitarem uma escalada suplementar”.
O porta-voz do presidente da autoridade palestiniana Mahmoud Abbas defendeu que o “ataque” israelita à mesquita mostra a vontade do governo de Netanyahu em “precipitar a região na instabilidade”. O movimento palestiniano Hamas, no poder em Gaza, denuncia um “crime sem precedentes" e o movimento islamista Hezbollah anunciou esta quinta-feira apoiar “todas as medidas” das organizações palestinas contra Israel.
A violência acontece numa altura em que os muçulmanos estão a meio do mês do Ramadão e os judeus festejam desde quarta-feira a Páscoa, num clima particularmente tenso desde o início do ano.
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