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EUA/Israel/Marrocos

Trump anuncia normalização das relações entre Marrocos e Israel

O presidente norte-americano anunciou, esta quinta-feira à noite, reconhecer a soberania de Marrocos sobre o Saara Ocidental. Em troca, Rabat compromete-se a estabelecer relações oficiais com Israel. A Frente Polisário condena a posição de Washington.

Primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu e o Rei do Marrocos Mohammed VI.
Primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu e o Rei do Marrocos Mohammed VI. AFP - DEBBIE HILL,LAUDES MARTIAL MBON
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A conversa telefónica entre Donald Trump e Mohammed VI, esta quinta-feira, acabou por se revelar frutuosa. Mesmo antes de confirmado por Rabat, já Donal Trump anunciava no Twitter a normalização das relações entre Marrocos e Israel. O ainda inquilino da Casa Branca sublinhou igualmente ter assinado o reconhecimento da soberania de Marrocos sobre o Saara Ocidental.

Washington vai ainda abrir uma representação consular na cidade sarauí de Dajla. Há meses que Rabat tenta atrair a diplomacia estrangeira para o Sara ocidental, numa forma de reconhecimento implícito da sua soberania.

Mohammed VI confirmou a retoma das relações diplomáticas com Telavive, passando pela autorização de voos directos entre os dois países e à promoção das relações económicas.

O ministro dos Negócios Estrangeiros marroquino acrescentou, entretanto, que o desenvolvimento das relações com Israel não seria feito em detrimento da causa palestiniana.

Marrocos passa a ser o quarto país árabe a estabelecer laços com o estado judaico, uma aproximação que desde há três meses vinha a ser equacionada, depois da normalização das relações entre Israel e os Emirados Árabes Unidos e o Bahrein. Acordos assinados em Washington num esforço promovido pela Administração Trump.

A 41 dias da sua saída da Casa Branca e da entrada do presidente eleito Joe Biden, este novo golpe diplomático de Donald Trump cai que nem uma bomba no mundo da diplomacia e passa a ser mais um dossier delicado em cima da mesa de Biden. Para já o presidente eleito não comenta a decisão, todavia resta saber o que fará a partir de dia 20 de Janeiro. Vários especialistas do mundo diplomático acreditam que será difícil voltar atrás na decisão.

A Frente Polisário já condenou a posição da Washington e o secretário-geral da ONU, António Guterres, através do seu porta-voz Stéphane Dujarric, já veio a público sublinhar que mesmo depois da decisão de Donald Trump, a posição da ONU “não muda”, defendendo que “a solução para esta questão pode ser encontrada nas bases das resoluções do Conselho de Segurança”.

Ocupada por Marrocos desde 1975, a antiga colónia espanhola espera pelo referendo sobre a autodeterminação decidido pela ONU mas que nunca foi realizado.

 

 

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