Expectativa após as eleições regionais que decorreram na calma nos Camarões
Milhares de grandes eleitores votaram ontem na calma nos Camarões no quadro das primeiras eleições regionais previstas na Constituição de 1996. A oposição sobretudo os dois principais partidos nacionais boicotaram estas eleições dizendo que não vão resolver os problemas políticos nem pôr fim ao conflito sangrento separatista nas regiões anglófonas.
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Desconhecem-se ainda os resultados das eleições regionais de ontem nos Camarões para as quais estavam na corrida 14 partidos na zona francófona e apenas um deles, a União democrática do povo camaronês concorreu nas 2 zonas anglófonas.
Em todo o país estas eleições foram boicotadas pelos dois principais partidos da oposição, a Frente democrática social e o Movimento para o renascimento dos Camarões, este útimo, liderado por Maurice Kamto, opositor número 1 do Presidente Paul Biya, mas que está sob residência vigiada depois de ter cumprido 9 meses de prisão.
Os conselhos regionais não terão "legitimidade para representar as populações", reagiu, Emmanuel Simh, vice-presidente do Movimento.
Isso não passa duma postura "demagógica e desonesta", replicou, Pascal Messanga Nyamding, membro do partido presidencial.
Por ora, a única incógnita reside no modo que vai reagir as zonas anglófonas e o extremo norte dos Camarões, onde se temia actos de violência, mas o escrutínio decorreu na calma.
Expectativa após as eleições regionais que decorreram na calma
A investigadora, Ilaria Allegrozzi, da ONG, Human Rights Watch, temia antes do escrutínio acções de grupos armados ligados aos separatistas, tendo denunciado repressão das autoridades contra qualquer dissidência política.
Para o politólogo camaronês, Jacques Ebwea, estas regionais fecham o "ciclo de descentralização iniciado em 1996 e as prerrogativas dos conselhos regionais não chocam com os poderes centrais do Estado".
Por seu lado, para Paul Atanga Nji, ministro da administração territorial, "as eleições decorreram na tranquilidade e serenidade e não houve nenhum incidente susceptível de contestar os resultados esperados das urnas".
Estas eleições nas 10 províncias estavam previstas na Constituição de 1996 e foram agora realizadas depois que o Presidente Paul Biya, organizou em 2019 um grande diálogo nacional para pôr fim ao conflito na zona anglófona dos Camarões.
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