Austrália exige pedido de desculpas oficial à China

O primeiro-ministro australiano considera “escandaloso” a publicação no Twitter por parte da China, de uma imagem de um soldado australiano com uma faca ensanguentada no pescoço de uma criança afegã. Scott Morrison exige um pedido de desculpas oficial por parte de Pequim.

Scott Morrison, primeiro-ministro australiano. DAVID GRAY AFP

A publicação do porta-voz do Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Zhao Lijian, surge depois da administração australiana ter admitido que o seu exército matou 39 civis e prisioneiros afegãos entre 2005 e 2016.  

Trata-se de uma fotografia de um soldado australiano que segura uma faca ensanguentada no pescoço de uma criança afegã agarrada a uma ovelha branca. A imagem é acompanhada do texto: “chocado com o assassínio de civis afegãos e prisioneiros por soldados australianos. Condenamos veementemente e pedimos que prestem contas”, palavras do porta-voz do Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Zhao Lijian. 

 Scott Morrison, primeiro-ministro australiano, não gostou e exigiu, esta segunda-feira, um pedido de desculpas oficial por parte da China: “o governo chinês deveria sentir-se totalmente envergonhado com esta mensagem. Diminui-os aos olhos do mundo”. 

Scott Morrison diz tratar-se de uma publicação “totalmente escandalosa e que não pode ser justificada”. O governante australiano pediu ainda ao Twitter para  remover “imediatamente” a mensagem.

As relações diplomáticas entre os dois países têm vindo a deteriorar-se, depois de Canberra ter reclamado uma investigação independente à origem da Covid-19. Por seu lado, o gigante asiático que é o principal parceiro comercial da Austrália, aumentou os direitos de importação sobre vários produtos australianos.

Os dois estados mantêm profundas diferenças ideológicas e discordam em questões como a livre navegação no disputado Mar do Sul da China.