Chile cancelou COP25 para “esconder repressão”
Inicialmente a COP25 estava prevista para Santiago do Chile, mas a contestação nas ruas contra o Governo levou ao cancelamento da agenda. Sebastian Piñera justificou a decisão “num sábio princípio de bom senso”, ong's e analistas falam numa forma de afastar do terreno a imprensa internacional.
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Até 13 de Dezembro, a cidade de Madrid acolhe a Conferência das Nações Unidas sobre o Clima, COP25. Cerca de duas centenas de países discutem medidas para conter as alterações climáticas.
Inicialmente a COP25 estava prevista para Santiago do Chile, mas a contestação nas ruas contra o Governo do presidente Sebastian Piñera levou ao cancelamento da agenda.
Sebastian Piñera justificou a decisão “num sábio princípio de bom senso”, sublinhando que “um presidente tem sempre que colocar os seus próprios compatriotas acima de qualquer outra consideração”.
A contestação social levou milhões de chilenos às ruas e ficou marcada pela brutal repressão das forças de segurança, com o exército na rua para esmagar os protestos. Dezenas de pessoas morreram.
O cancelamento da COP25 em Santiago do Chile é visto por muitos analistas como uma forma de afastar do terreno os meios de comunicação social internacionais, que cobririam a cimeira do clima.
Para a moçambicana Dipti Bhatnagar, coordenadora dos programas de justiça climática e energia da organização Amigos da Terra Internacional, e membro da organização moçambicana Justiça Ambiental, a população chilena “está a enfrentar muita repressão do seu Governo”. A COP mudou de Santiago para Madrid, mas “não esquecemos o povo chileno” sublinhou Dipti Bhatnagar, que acrescenta que o local da Conferência das Nações Unidas sobre o Clima foi alterado para que os “olhos do mundo” não estivessem focados nas manifestações.
Dipti Bhatnagar, activista moçambicana
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