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França

Guerrilha urbana em bairros nobres de Paris e Bordéus

Foi mais um sábado de violência com autênticas cenas de guerrilha urbana nalguns bairros nobres de Paris ou Bordéus nas manifestações de ontem dos coletes amarelos. O forte dispositivo policial disponibilizado para as grandes cidades não conseguiu travar os mais radicais, apesar de ter havido menos violência do que aconteceu há uma semana.

Cenas de guerrilha urbana em Paris com violência durante manifestações de 8 de dezembro
Cenas de guerrilha urbana em Paris com violência durante manifestações de 8 de dezembro REUTERS/Christian Hartmann
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França inteira tem os olhos postos no Palácio do Eliseu, à espera de um sinal do Presidente Emmanuel Macron, depois de mais um sábado de violência, na capital Paris, mas também, em várias cidades do país.

O dia de ontem correu na calma até ao meio da tarde, durante as manifestações dos coletes amarelos, em toda a França, mas como se temia, foi mais um sábado que acabou na violência.

Apesar do forte dispositivo policial, cerca de 90 mil polícias, o dia terminou, com autênticas cenas de guerrilha urbana, nalguns bairros nobres de Paris e várias outras cidades, como Bordéus, onde o Teatro Victor Hugo, foi incendiado.

Cerca de 136 mil manifestantes do movimento coletes amarelos desceram às ruas das cidades francesas para denunciarem a política fiscal e social do Presidente Macron.

A polícia levou a cabo cerca de 1.723 detenções, das quais 1.220 ainda estão sob custódia e registaram-se 264 feridos nomeadamente 39 entre as forças da ordem.

Os coletes amarelos foram infiltrados por radicais da extrema esquerda dos "Black blocs" e da extrema direita que queimaram carros, destruíram montras, uma agência de viagens, bancos e restaurantes, nos Campos Elíseos, em Paris, mas também em outras artérias de bairros ricos da capital e de outras cidades francesas.

As cenas de violência ocorreram já no fim da tarde e noite dentro, quando a polícia se tinha retirado de muitos desses bairros pensando que tudo tinha sido controlado.

Para tentar evitar acções de guerrilha urbana em pleno coração de Paris, a polícia, levou a cabo várias detenções preventivas, mas os radicais, conseguiram ficar à margem e atacaram em força ao fim do dia provocando imensos prejuízos um pouco por todo o lado, como aconteceu com a danificação do Teatro Victor Hugo, em Bordéus.

A violência de ontem foi menos importante do que a da semana passada, mas aconteceu, apesar dos apelos à calma e no sentido de dissuadir as pessoas a participar nas manifestações.

Críticas ao mutismo do Presidente Macron 

É pois neste quadro de revolta popular em França que toda a gente espera pela intervenção na televisão do Presidente, Emmanuel Macron.

Dirigentes da esquerda e da direita, mas também, nas suas próprias fileiras, apelam o chefe de Estado, a intervir com uma mensagem de autoridade mas também de compreensão em relação às reivindicações dos coletes amarelos.

Até agora, o Presidente Macron, sempre disse que compreendia o descontentamento da classe média, mas que não mudaria de política, prosseguindo com as suas reformas.

Contudo, na última semana, teve de fazer algumas concessões, como a anulação da taxa carbono ou os preços dos combustíveis e vai ter de aceder a outras reivindicações, como aumento do poder de compra, se quiser resolver esta crise social e política em França.

Mas certos analistas já dizem que as reformas do Presidente Macron, ficam congeladas e ficará com as mãos atadas até ao fim do seu mandato, sem que se saiba se as manifestações dos coletes amarelos, estudantes, enfermeiros e outras profissões, vão parar.

O sentimento é de que o povo francês vai continuar a denunciar a política de Macron, mesmo que o presidente faça o máximo de concessões, sabendo que há vozes, mesmo políticas, que pedem a sua demissão ou a dissolução da Assembleia nacional, para que haja novas eleições no país.

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Guerrilha urbana em bairros nobres de Paris

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